Mostrando postagens com marcador Chile: Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973) - Vinte poemas de amor e uma canção desesperada - Poema XVIII. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Chile: Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973) - Vinte poemas de amor e uma canção desesperada - Poema XVIII. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 3 de março de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema XVIII - Aqui te amo.

 

Nos escuros pinheiros se desenreda o vento.

Fosforesce a lua sobre as águas errantes.

Correm dias iguais se perseguindo.

Desata-se a névoa em dançantes figuras.

Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.

Às vezes uma vela. Altas, altas estrelas.

Ou a verga negra de um barco.

Só.

Às vezes amanheço, e até minha alma está úmida.

Soa, ressoa o mar distante.

Este é um porto.

Aqui te amo.

Aqui te amo e em vão te oculta o horizonte.

Estou te amando mesmo entre estas frias coisas.

Às vezes vão meus beijos nesses barcos graves,

que correm pelo mar até onde não chegam.

Já me vejo esquecido como estas velhas âncoras.

São mais tristes os molhes quando atraca a tarde.

Fatiga-se minha vida inutilmente faminta

Amo o que não tenho. Estás tu tão distante.

Meu fastio porfia com os lentos crepúsculos.

Mas a noite chega e começa a cantar para mim.

A lua faz girar sua roda de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.

E como eu te amo, os pinheiros, ao vento, querem cantar teu nome com suas folhas de arame.

 

 

Aqui te amo – Poema XVIII

 

En los oscuros pinos se desenreda el viento.

Fosforece la luna sobre las aguas errantes.

Andan días iguales persiguiéndose.

Se desciñe la niebla en danzantes figuras.

Una gaviota de plata se descuelga del ocaso.

A veces una vela. Altas, altas estrellas.

O la cruz negra de un barco.

Solo.

A veces amanezco, y hasta mi alma está húmeda.

Suena, resuena el mar lejano.

Este es un puerto.

Aquí te amo.

Aquí te amo y en vano te oculta el horizonte.

Te estoy amando aún entre estas frías cosas.

A veces van mis besos en esos barcos graves,

que corren por el mar hacia donde no llegan.

Ya me veo olvidado como estas viejas anclas.

Son más tristes los muelles cuando atraca la tarde.

Se fatiga mi vida inútilmente hambrienta.

Amo lo que no tengo. Estás tú tan distante.

Mi hastío forcejea con los lentos crepúsculos.

Pero la noche llega y comienza a cantarme.

La luna hace girar su rodaje de sueño.

Me miran con tus ojos las estrellas más grandes.

Y como yo te amo, los pinos en el viento, quieren cantar tu nombre con sus hojas de alambre.

 

 

 

 

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...