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sábado, 18 de setembro de 2021

Jorge Luis Borges (Argentina: 1899 – 1986)

 

Do livro Elogio da sombra – 13 / 31

 

 As coisas

 

A bengala, as moedas, o chaveiro,

A dócil fechadura e extemporâneas

Notas que não lerão os poucos dias

Que me restam, os naipes, tabuleiro,

 

Um livro e em suas páginas a pálida

Violeta, monumento de uma tarde

Por certo inesquecível e esquecida,

O ocidental espelho rubro em que arde

 

Uma ilusória aurora. Quantas coisas,

Limas e taças, atlas, também cravos,

Servem-nos como tácitos escravos,

 

Cegas e estranhamente sigilosas!

Mais do que nosso olvido durarão,

E que partimos nunca saberão.

 

Las Cosas


El bastón, las monedas, el llavero,
La dócil cerradura, las tardías
Notas que no leerán los pocos días
Que me quedan, los naipes y el tablero,

Un libro y en sus páginas la ajada
Violeta, monumento de una tarde
Sin duda inolvidable y ya olvidada,
El rojo espejo occidental en que arde

Una ilusoria aurora. Cuántas cosas,
Limas, umbrales, atlas, copas, clavos,
Nos sirven como tácitos esclavos,

Ciegas y extrañamente sigilosas!
Durarán más allá de nuestro olvido;
No sabrán nunca que nos hemos ido.


Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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