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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Jacques Prévert (França: 1900 – 1977)




Bárbara

Lembra-te Bárbara
Chovia sobre Brest sem cessar naquele dia
E tu caminhavas sorridente
Radiante embelezada encharcada sob a chuva
Lembra-te Bárbara
Chovia sobre Brest sem cessar
E cruzei contigo na rua de Siam
Tu sorrias, e eu, eu também sorria
Lembra-te Bárbara
Tu a quem não conheço
Tu que a mim não conheces
Lembra-te, lembra-te mesmo assim daquele dia
Não te esqueças
Um homem sob um pórtico se abrigava
E gritou teu nome
Bárbara
E correste até ele sob a chuva
Encharcada linda radiante
e em seus braços te lançaste
Lembra-te disso, Bárbara.
E não te ofendas se te trato por ‘tu’
Eu digo ‘tu’ a todos os que amo
Ainda que só por uma vez os tenha visto
Digo ‘tu’ a todos os que se amam
Ainda que não os conheça
Lembra-te Bárbara, não te esqueças
Aquela chuva boa e feliz
Sobre teu rosto alegre
Sobre esta cidade feliz
Aquela chuva sobre o mar, sobre o arsenal
Sobre o barco de Ouessant
Oh, Bárbara, que estupidez a guerra
No que te transformaste agora
Sob esta chuva de ferro fogo aço sangue
E aquele que te cingiu entre os braços amorosamente
Estará morto perdido ou ainda vivo
Oh Bárbara
Chovia sobre Brest sem cessar
Como antes chovia
Mas nada é mais igual e tudo está deteriorado
É uma chuva de luto terrível e desolador
Nem mesmo é tempestade de ferro aço sangue
Muito simplesmente nuvens
Que se esfalfam como os cães
Cães que desaparecem
Levados pelo fio d'água sobre Brest
Indo apodrecer ao longe
Ao longe bem longe de Brest
Da qual não resta nada

Barbara

Rappelle-toi Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest ce jour-là
Et tu marchais souriante
Épanouie ravie ruisselante sous la pluie
Rappelle-toi Barbara
Il pleuvait sans cesse sur Brest
Et je t'ai croisée rue de Siam
Tu souriais et moi je souriais de même
Rappelle-toi Barbara
Toi que je ne connaissais pas
Toi qui ne me connaissais pas
Rappelle-toi, rappelle-toi quand même ce jour-là
n'oublie pas
Un homme sous un porche s'abritait
Et il a crié ton nom Barbara
Et tu as couru vers lui sous la pluie
Ruisselante ravie épanouie
Et tu t'es jetée dans ses bras
Rappelle-toi cela Barbara
Et ne m'en veux pas si je te tutoie
Je dis tu à tous ceux que j'aime
Même si je ne les ai vus qu'une seule fois
Je dis tu à tous ceux qui s'aiment
Même si je ne les connais pas
Rappelle-toi Barbara
N'oublie pas cette pluie sur la mer
Sur ton visage heureux sur cette ville heureuse
Cette pluie sur la mer
Sur l'arsenal
Sur le bateau d'Ouessant
Oh Barbara
Quelle connerie la guerre
Qu'es-tu devenue maintenant
Sous cette pluie de fer de feu d'acier de sang
Et celui qui te serrait dans ses bras amoureusement
Est-il mort disparu ou bien encore vivant
Oh Barbara
Il pleut sans cesse sur Brest
Mais ce n'est plus pareil et tout est abîmé
C'est une pluie de deuil terrible et désolée
Ce n'est même plus l'orage de fer d'acier de sang
Tout simplement des nuages
Qui crèvent comme des chiens
Des chiens qui disparaissent
Au fil de l'eau sur Brest
Et vont pourrir au loin
Au loin très loin de Brest
Dont il ne reste rien




Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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