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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Thomas Wolfe (Estados Unidos: 1900 – 1938)


Abertura do livro “Olhe em direção ao lar, anjo” (prosa poética):

... uma pedra, uma folha, uma porta não encontrada; de uma pedra, de uma folha, de uma porta. E de todos os rostos esquecidos.

Nus e sós viemos para o exílio. Em seu útero escuro não conhecemos a face de nossa mãe; da prisão de sua carne viemos para a prisão indescritível e incomunicável desta terra.

Qual de nós conheceu seu irmão? Qual de nós olhou dentro do coração de seu pai? Qual de nós não se sentiu para sempre prisioneiro? Qual de nós não se sentiu para sempre estrangeiro e só?

Ó desperdício de perdas, nos labirintos escaldantes, perdido, entre as estrelas brilhantes sobre este carvão opaco e exaurido, perdido!

Recordando, sem palavras, buscamos pelo grande idioma esquecido, o fim do caminho que leva ao céu, uma pedra, uma folha, uma porta não encontrada. Onde? Quando?

Ó perdido – e pelo vento pranteado – espírito, retorne outra vez.

Um destino que conduz os ingleses aos holandeses é já bastante estranho; mas aquele que leva de Epsom à Pensilvânia, e dali às colinas que se fecham em Altamont sobre o imponente canto coral do galo, e o suave sorriso pétreo de um anjo, aquele é tocado pelo milagre obscuro do acaso que produz nova magia em um mundo empoeirado.

Cada um de nós é todas as somas que não computou: se fôssemos subtraídos e levados de volta e por mais uma vez à nudez e à noite, veríamos começar em Creta, há quatro mil anos, o amor que ontem chegou ao fim no Texas.

A semente de nossa destruição florescerá no deserto, o remédio de nossa cura cresce ao lado de uma rocha na montanha, e nossas vidas são atormentadas por uma rampeira da Georgia, porque um punguista de Londres escapou da forca. Cada momento é o fruto de quarenta mil anos. Os dias que vencem os minutos, como moscas, zumbem voando de casa em direção à morte, e cada momento é uma janela que se abre sobre todo o tempo.

Este é um momento.



Opening of the book “Look Homeward, Angel”


... a stone, a leaf, an unfound door; of a stone, a leaf, a door. And of all the forgotten faces.

Naked and alone we came into exile. In her dark womb we did not know our mother's face; from the prison of her flesh have we come into the unspeakable and incommunicable prison of this earth.

Which of us has known his brother? Which of us has looked into his father's heart? Which of us has not remained forever prison-pent? Which of us is not forever a stranger and alone?

O waste of loss, in the hot mazes, lost, among bright stars on this most weary unbright cinder, lost! Remembering speechlessly we seek the great forgotten language, the lost lane-end into heaven, a stone, a leaf, an unfound door. Where? When?

O lost, and by the wind grieved, ghost, come back again.

A destiny that leads the English to the Dutch is strange enough; but one that leads from Epsom into Pennsylvania, and thence into the hills that shut in Altamont over the proud coral cry of the cock, and the soft stone smile of an angel, is touched by that dark miracle of chance which makes new magic in a dusty world.

Each of us is all the sums he has not counted: subtract us into nakedness and night again, and you shall see begin in Crete four thousand years ago the love that ended yesterday in Texas.

The seed of our destruction will blossom in the desert, the alexin of our cure grows by a mountain rock, and our lives are haunted by a Georgia slattern, because a London cut-purse went unhung. Each moment is the fruit of forty thousand years. The minute-winning days, like flies, buzz home to death, and every moment is a window on all time.

This is a moment.



Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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