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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Emily Dickinson (Estados Unidos: 1830 – 1886)


Poema J214 / F207

Provo um licor nunca fermentado –
De Canecas em Pérolas entalhadas –
Nem todos os Tonéis ao pé do Reno
Ofertam tal Bebida.

Inebriada de Ar – estou –
E de Orvalho Embriagada –
Cambaleando – por infindáveis dias de verão –
Saio de albergues de cor Azulada –

Quando os “Patrões” enxotarem a bêbeda Abelha
Dedaleira porta afora –
Quando as Borboletas – recusarem seus “tragos” –
Mais eu cairei na bebedeira.

Até que os Anjos agitem seus Chapéus nevados –
E os Santos – acorram às sacadas –
Para verem a pequena Biriteira
Ao próprio - Sol - recostada.


J214 / F207


I taste a liquor never brewed,
From tankards scooped in pearl;
Not all the vats upon the Rhine
Yield such an alcohol!

Inebriate of air am I,
And debauchee of dew,
Reeling, through endless summer days,
From inns of molten blue.

When landlords turn the drunken bee
Out of the foxglove's door,
When butterflies renounce their drams,
I shall but drink the more!

Till seraphs swing their snowy hats,
And saints to windows run,
To see the little tippler
Leaning against the sun!




Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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