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sábado, 25 de janeiro de 2020

Orfila Bardesio (Uruguai: 1922 – 2009)



 Intimidade (como em ciprestes e prantos longos)


Como em ciprestes e prantos longos
não progride a noite;
o branco detém um luto
de carruagens na madrugada;
vacilam círios como penumbras;
duvidam alturas de condores no esquecimento;
a gravidade não se arrepende
diante de luzes sonoras de campanários
as cinzas embargam gumes aos lamentos;
a chuva desorienta as cartas
e entretanto, o amor, de um coração
retira suas heras,
uma menina de ouvido acurado,
de obediência inclinada,
intenta retardar o amanhecer no bosque;
busca o silencioso
para cobrir flores, água de silêncio,
hera sem abelhas verdes.
fontes com rumores iguais
com que apagar cervos e cores;
mas as coisas estão respondendo
a outras datas, com fervente trabalho fervoroso
como as estrelas, e não escutam sua seda.
- Apenas um grilo que esperava,
pronuncia por instante
nas solidões extensas
sua companhia distante
junto ao coração desconhecido de si mesmo.
E a menina dorme,
fatigada de andar nas alturas
horizontais da terra,
enquanto um rebanho de latidos
cuida, como uma torre,
que suas mãos não deixem a fantasia.

  
Intimidad (Como en cipreses a llantos largos)


Como en cipreses a llantos largos
no progresa la noche;
el blanco detiene un luto
de carruajes en la madrugada;
vacilan cirios como penumbras;
dudan alturas de cóndores en el olvido;
la pesantez no se arrepiente
ante luces sonoras de campanarios;
las cenizas impiden filos a los aullidos;
la lluvia desorienta las cartas
y sin embargo, el amor, de un corazón
retira sus hiedras,
una niña de oído fino,
de obediencia inclinada,
intenta demorar el amanecer en el bosque;
busca lo callado
para cubrir flores, agua de silencio,
hierba sin abejas verdes,
fuentes con rumores iguales
con que apagar ciervos y colores;
pero las cosas están respondiendo
a otras fechas, con hirviente trabajo fervoroso
como las estrellas, y no escuchan su seda.
—Sólo un grillo que esperaba,
pronuncia por un instante
en las soledades extensas
su compañía lejana
junto al corazón desconocido de sí mismo.
Y la niña se duerme,
fatigada de andar en las alturas
horizontales de la tierra,
mientras un rebaño de latidos
cuida, como una torre,
que sus manos no salgan del sueño.



Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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