Mostrando postagens com marcador Colômbia: Piedad Bonnett (1951 – ) - Canção do sodomita / Canción de sodomita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Colômbia: Piedad Bonnett (1951 – ) - Canção do sodomita / Canción de sodomita. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Piedad Bonnett (Colômbia: 1951 – )

  

Canção do sodomita

 

Haverá uma enorme peste...

                                                   Êxodo, 9,3

 

Içaram o amor. Estão cravando-o

coroado de urtigas e de espinhos.

Cortaram suas mãos, puseram

sal e enxofre em seus cotos.

Ah, meu jovem amado, o tempo é breve.

Soam já as trombetas e iracunda

a lua avermelhada desonra o céu.

Deixa-me acariciar teu rosto consumido em sonhos,

contemplar para sempre tuas pálpebras violeta.

Deixa que desnude meu desejo,

que coloque a palma de minha mão

sobre a rosa fervente que floresce em teu peito.

Ah, meu jovem amado que dormes enquanto foge

a multidão com um longo soluço:

uma chuva de sangue cai sobre Sodoma.

Dá-me tuas coxas brancas, tua axila, o doce pescoço,

antes que em silêncio deslize

o anjo com sua espada de extermínio.

  

Canción de sodomita

 

Habrá una grandísima peste…

Éxodo, 9,3

 

Han izado el amor. Lo están clavando

coronado de ortigas y de cardos.

Le han cortado las manos, han echado

sal y azufre en sus pálidos muñones.

Ah, mi joven amado, el tiempo es breve.

Suenan ya las trompetas e iracunda

la luna enrojecida afrenta al cielo.

Déjame acariciar tu frente ardida en sueños,

contemplar para siempre tus párpados violeta.

Deja que desanude mi deseo,

que coloque la palma de mi mano

sobre la rosa hirviente que florece en tu pecho.

Ah, mi joven amado que duermes mientras huye

la multitud con un largo sollozo:

una lluvia de sangre cae sobre Sodoma.

Dame tus muslos blancos, tu axila, el dulce cuello,

antes de que en silencio se deslice

el ángel con su espada de exterminio.

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...