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sábado, 20 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema XI / XXI

 

Quase fora do céu âncora entre duas montanhas, a metade da lua,

giratória, errante noite, a escavadora de olhos.

Vejamos quantas estrelas trituradas no charco.

 

Traça uma cruz de luto entre meus olhos, foge.

Forja de metais azuis, noites das caladas lutas,

meu coração volteia como uma roda enlouquecida.

Menina vinda de tão longe, trazida de tão longe,

às vezes fulgura sua face sob o céu.

Queixume, tempestade, redemoinho de fúria,

cruza sobre meu coração, sem se deter.

Vento dos sepulcros leva, destroça, dispersa tua raiz sonolenta.

Desarraiga as grandes árvores ao outro lado dela.

Porém tu, clara menina, indaga sobre fumaça, espiga.

Era a que ia formando o vento com folhas iluminadas.

Atrás das montanhas noturnas, branco lírio de incêndio,

ah não posso dizer nada! Era feita de todas as coisas.

Angústia que feriste meu peito a punhaladas,

é hora de seguir outro caminho, onde ela não sorria.

Tempestade que sepultou os sinos, turvo alvoroço de tormentas

por que tocá-la agora, por que entristecê-la.

 

Ai, seguir o caminho que se distancia de tudo,

que não seja atalho para a angústia, a morte, o inverno,

com seus gélidos olhos abertos no orvalho.

 

 

Poema XI / XXI

 

Casi fuera del cielo ancla entre dos montañas

la mitad de la luna.

Girante, errante noche, la cavadora de ojos.

A ver cuántas estrellas trizadas en la charca.

 

Hace una cruz de luto entre mis cejas, huye.

Fragua de metales azules, noches de las calladas luchas,

mi corazón da vueltas como un volante loco.

Niña venida de tan lejos, traída de tan lejos,

a veces fulgurece su mirada debajo del cielo.

Quejumbre, tempestad, remolino de furia,

cruza encima de mi corazón, sin detenerte.

Viento de los sepulcros acarrea, destroza, dispersa tu raíz soñolienta.

Desarraiga los grandes árboles al otro lado de ella.

Pero tú, clara niña, pregunta de humo, espiga.

Era la que iba formando el viento con hojas iluminadas.

Detrás de las montañas nocturnas, blanco lirio de incendio,

ah nada puedo decir! Era hecha de todas las cosas.

Ansiedad que partiste mi pecho a cuchillazos,

es hora de seguir otro camino, donde ella no sonría.

Tempestad que enterró las campanas, turbio revuelo de tormentas

para qué tocarla ahora, para qué entristecerla.

 

Ay seguir el camino que se aleja de todo,

donde no esté atajando la angustia, la muerte, el invierno,

con sus ojos abiertos entre el rocío.


Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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