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terça-feira, 5 de maio de 2020

Federico García Lorca (Espanha: 1898 – 1936)



Se minhas mãos pudessem desfolhar


Pronuncio teu nome
Pelas noites escuras,
Assim que os astros vêm
Se abeberar na lua
E adormece a ramagem
Das copas escondidas.
E eu me sinto vazio
De ardor e melodia.
Louco relógio a cantar
Mortas horas antigas.

Pronuncio teu nome,
Por esta noite escura,
E o teu nome me soa
Mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
E mais dolorido que a mansa chuva.

Desejarei a ti como então
Por outra vez? Que culpa
Tem meu coração?
Se a névoa se desfaz
Que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
A lua desfolhar!!


Si mis manos pudieran deshojar


Yo pronuncio tu nombre
En las noches oscuras
Cuando vienen los astros
A beber en la luna
Y duermen los ramajes
De las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
De pasión y de música.
Loco reloj que canta
Muertas horas antiguas.

Yo pronuncio tu nombre,
En esta noche oscura,
Y tu nombre me suena
Más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
Y más doliente que la mansa lluvia.

¿Te querré como entonces
Alguna vez? ¿Qué culpa
Tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma
¿Qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
Deshojar a la luna!!

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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