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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Eugenio Montale (Itália: 1896 – 1981)


Minstrels

                 Segundo C. Debussy*

Refrão, repercutes
entre os vidraças quentes do verão.

Acre grupo de notas sufocadas,
riso que não explode
Mas enfeita as horas ocas
e executam-nas três restos de bacanal
vestidos com retalhos de jornal,
com instrumentos nunca vistos,
similares a funis estranhos
que às vezes inflam-se para murchar depois.

Música sem ruído
que nasce das ruas
mal se eleva e de novo cai,
e colore-se de tons
ora escarlates ora azulados,
e umedece os olhos, até que o mundo
sinta-se como se cerrando os olhos
a flutuar no louro.

Escapa afunda esfuma,
depois reaparece
sufocada e distante, desvanece.
Quase não se ouve, respira-se.

Queimas
tu também entre as placas do verão,
Coração que se perde! E sem cautela
ensaias em tua flauta ignotas notas.


Minstrels

Da C. Debussy

Ritornello, rimbalzi
tra le ventrate d’afa dell’estate.

Acre groppo di note soffocate,
riso che no esplode
ma trapunge le ore vuote
e lo suonano tre avanzi di baccanale
vestiti di ritagli di giornali,
con instrumenti mal veduti,
simili a strani imbuti
che si gonfiano a volte e poi s’affaosciano.

Musica senza rumore
che nasce dalle strade,
s’innalza a stento e ricade,
e si colora di tinte
ora scarlatte ora biade,
e inumidisce glio occhi, cosi che il mondo
si vede come socchiudendo gli occi
nuotar nel biondo

Scatta ripiomba sfuma,
poi riappare
suffocata e lontana: si consuma.
Non s’ode quase, si respira.

Bruci
tu pure tra le lastre dell’estate,
cuore che ti smarrisci! Ed ora incauto
provi le ignote note sul tuo flauto.




(*) Minstrels é o décimo segundo prelúdio dos vinte e quatro compostos por Claude Debussy para piano.



Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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