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sábado, 11 de janeiro de 2020

Alfonsina Storni (Argentina, 1892 – 1938)



 Vou dormir


Dentes de flores, touca de rocio,
mãos de ervas, tu, ama-de-leite fina,
deixa-me prontos os lençóis terrosos
e ainda o edredom de musgos carpidos.

Vou dormir, mãe-de-leite, acomoda-me.
Ponha uma lâmpada na cabeceira;
uma constelação; a de teu agrado;
todas são boas; baixa a luz um pouco.

Deixa-me só: ouves aflorar os brotos...
Nina-te um pé celeste desde a altura
e um pássaro traça-te alguns compassos

para que olvides... Grata. Ah, um pedido:
se ele de novo me telefonar
dize-lhe que não insista, que saí.


Voy a dormir


Dientes de flores, cofia de rocío,
manos de hierbas, tú, nodriza fina,
tenme prestas las sábanas terrosas
y el edredón de musgos escardados.

Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame.
Ponme una lámpara a la cabecera;
una constelación; la que te guste;
todas son buenas; bájala un poquito.

Déjame sola: oyes romper los brotes…
te acuna un pie celeste desde arriba
y un pájaro te traza unos compases

para que olvides… Gracias. Ah, un encargo:
si él llama nuevamente por teléfono
le dices que no insista, que he salido... 




Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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