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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Aurélio Arturo (Colômbia: 1906 – 1974)




Palavra


Rodeia-nos a palavra
a ouvimos
a tocamos
seu aroma nos circunda
palavra que dizemos e modelamos com a mão
fina ou tosca
e que
forjamos
com o fogo do sangue
e a suavidade da pele de nossas amadas
palavra onipresente
conosco desde o alvorecer
ou mesmo antes
na água escura do sonho
ou na idade do que apenas salvamos
fragmentos de recordações
de espantos
de enormes ternuras
que vão conosco
monólogo mudo
diálogo
a que oferecemos a nossos amigos
a que cunhamos
para o amor o queixume
a lisonja
moeda de sol
ou de prata
ou moeda falsa
nela nos olhamos
para saber quem somos
nosso ofício
e raça
reflete
nosso eu
nossa tribo
profundo espelho
e quando é alegria e angústia
e os vastos céus e a verde folhagem
e a terra que canta
então esse voo de palavras
é a poesia
pode ser a poesia.


Palabra


nos rodea la palabra
la oímos
la tocamos
su aroma nos circunda
palabra que decimos y modelamos con la mano
fina o tosca
y que
forjamos
con el fuego de la sangre
y la suavidad de la piel de nuestras amadas
palabra omnipresente
con nosotros desde el alba
o aun antes
en el agua oscura del sueño
o en la edad de la que apenas salvamos
retazos de recuerdos
de espantos
de terribles ternuras
que va con nosotros
monólogo mudo
diálogo
la que ofrecemos a nuestros amigos
la que acuñamos
para el amor la queja
la lisonja
moneda de sol
o de plata
o moneda falsa
en ella nos miramos
para saber quiénes somos
nuestro oficio
y raza
refleja
nuestro yo
nuestra tribu
profundo espejo
y cuando es alegría y angustia
y los vastos cielos y el verde follaje
y la tierra que canta
entonces ese vuelo de palabras
es la poesía
puede ser la poesía



Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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