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sábado, 21 de dezembro de 2019

Eugenio Montale (Itália: 1896 – 1981)



Não nos peças a palavra que enquadre em todo lado
nossa intenção informe, e em letras de fogo
anuncie-o e lustre como um croco
perdido num empoeirado prado.

Ah o homem que se sente seguro,
dos outros e de si mesmo amigo,
e não se importa que o sol forte sua sombra
estampe sobre um desbotado muro!

Não indagues pela fórmula que possa mundos abrir-te,
mas qualquer sílaba torta e seca como um ramo.
Hoje podemos apenas dizer-te
o que não somos, o que não queremos.

(Ossos de sépia)




Non chiederci la parola che squadri da ogni lato
l’animo nostro informe, e a lettere di fuoco
lo dichiari e risplenda come un croco
perduto in mezzo a un polveroso prato.

Ah l’uomo che se ne va sicuro,
agli altri ed a se stesso amico,
e l’ombra sua non cura che la canicola
stampa sopra uno scalcinato muro!

Non domandarci la formula che mondi possa aprirti,
sì qualche storta sillaba e secca come un ramo.
Codesto solo oggi possiamo dirti,
ciò che non siamo, ciò che non vogliamo.



(Ossi di seppia)



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