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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Jorge Debravo (Costa Rica: 1938 – 1967)

 

Pequeno Funeral

 

Para ti e mim findaram-se os dezembros

de vento frio e de alcova só.

Tua boca já não se ajusta à minha

e afastou-se de minha pátria a tua.

 

Prendeu-nos o Destino pelos braços

E não nos permitiu a despedida.

Algum deus rancoroso partiu em quatro

pedaços nossas últimas carícias.

 

Não podemos voltar a fazer juntos

o desjejum em pratos irmanados,

nossas pernas cruzadas sob a mesa.

 

Nossas mãos já não são mais nossas mãos.

matou-nos – como um benévolo amigo –

na vasta sala da alma, o entusiasmo.

 

PEQUEÑO FUNERAL


Para ti y yo acabaron los diciembres

de viento frío y de alcoba sola.

Tu patria se ha ido lejos de mi patria

y tu boca no encaja ya en mi boca.


Nos agarró el Destino por los brazos

y no nos permitió la despedida.

Algún dios rencoroso partió en cuatro

pedazos nuestras últimas caricias.

 

No podremos volver a tomar juntos

el desayuno, en platos hermanados,

nuestras piernas en cruz bajo la mesa.

 

Nuestras manos no son ya nuestras manos.

Se nos ha muerto – como un buen amigo –

en la sala del alma, el entusiasmo.

 

 

 

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

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