De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”
Poema XVI / XXI
Parafraseando Rabindranath Tagore
Em meu céu ao crepúsculo és como uma nuvem
e tua cor e forma são como eu as quero.
És minha, és minha, mulher dos lábios doces,
e vivem em ti meus infinitos sonhos.
A lâmpada de minha alma torna rosa os teus pés,
o ácido vinho meu é mais doce em teus lábios:
oh ceifadora da minha canção do entardecer,
como te sentem minha meus sonhos solitários!
És minha, és minha, vou gritando na aragem
da tarde, e o vento arrasta minha voz viúva.
Caçadora do fundo dos meus olhos, teu furto
detém como a água tua face noturna.
Na rede de minha música estás presa, meu amor,
e minhas redes de música são amplas como o céu.
Minha alma nasce nas bordas dos teus olhos de luto.
Em teus olhos de luto começa o país do sonho.
Poema XVI / XXI
Paráfrasis a Rabindranath Tagore
En mi cielo al crepúsculo eres como una nube
y tu color y forma son como yo los quiero
Eres mía, eres mía, mujer de labios dulces,
y viven en tu vida mis infinitos sueños.
La lámpara de mi alma te sonrosa los pies,
el agrio vino mío es más dulce en tus labios:
oh segadora de mi canción de atardecer,
cómo te sienten mía mis sueños solitarios!
Eres mía, eres mía, voy gritando en la brisa
de la tarde, y el viento arrastra mi voz viuda.
Cazadora del fondo de mis ojos, tu robo
estanca como el agua tu mirada nocturna.
En la red de mi música estás presa, amor mío,
y mis redes de música son anchas como el cielo.
Mi alma nace a la orilla de tus ojos de luto.
En tus ojos de luto comienza el país del sueño.
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