quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Sóror Juana Inés de la Cruz (México: 1648 – 1695)

 


 Detém-te, sombra de meu bem esquivo

 

Detém-te, sombra de meu bem esquivo,

imagem do feitiço que mais quero,

bela ilusão por quem alegre morro,

doce ficção por quem infeliz vivo.

 

Se ao ímã de tuas graças de atrativo

serve meu peito de obediente aço,

por que tu me conquistas lisonjeiro,

se logo irás me enganar fugitivo?

 

Mas gabar-se não podes satisfeito

de que em mim vença tua tirania;

que se deixas frustrado o laço estreito

 

que teu jeito fantástico cingia,

pouco importa burlar braços e peito

se em ti faz prisão minha fantasia.

 

 

Deténte, sombra de mi bien esquivo

 

 

Deténte, sombra de mi bien esquivo,

imagen del hechizo que más quiero,

bella ilusión por quien alegre muero,

dulce ficción por quien penosa vivo.

 

Si al imán de tus gracias atractivo

sirve mi pecho de obediente acero,

¿para qué me enamoras lisonjero,

si has de burlarme luego fugitivo?

 

Mas blasonar no puedes satisfecho

de que triunfa de mí tu tiranía;

que aunque dejas burlado el lazo estrecho

 

que tu forma fantástica ceñía,

poco importa burlar brazos y pecho

si te labra prisión mi fantasía.



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