Do livro Elogio da sombra – 26 / 31
3. Desventurado o pobre em espírito, porque
sob a terra será o que agora é na terra.
4. Desventurado aquele que chora, porque já
tem o hábito miserável do pranto.
5. Infelizes os que sabem que o sofrimento
não é uma coroa de glória.
6. Não basta ser o último para ser alguma vez
o primeiro.
7. Feliz aquele que não insiste em ter razão,
porque ninguém a tem ou todos a têm.
8. Feliz aquele que perdoa aos outros e o que
perdoa a si mesmo.
9. Bem aventurados os mansos, porque não
condescendem com a discórdia.
10. Bem aventurados aqueles que não têm fome
de justiça, porque sabem que nossa sorte, adversa ou piedosa, é obra do azar,
que é inescrutável.
11. Bem aventurados os misericordiosos,
porque sua felicidade está no exercício da misericórdia e não na esperança de
um prêmio.
12. Bem aventurados os puros de coração,
porque veem a Deus.
13. Bem aventurados os que padecem perseguição
por causa da justiça, porque lhes importa mais a justiça que seu destino
humano.
14. Ninguém é o sal da terra; ninguém, em
algum momento de sua vida, não o é.
15. Que a luz de uma lâmpada se acenda, ainda
que nenhum homem a veja. Deus a verá.
16. Não há mandamento que não possa ser
infringido, e também os que digo e os que os profetas disseram.
17. O que matar por causa da justiça, ou pela
causa que ele crê justa, não tem culpa.
18. Os atos dos homens não merecem nem o fogo
nem os céus.
19. Não odeies a teu inimigo, porque se o
fazes, és de algum modo seu escravo. Teu ódio nunca será melhor que tua paz.
20. Se te ofender tua mão direita, perdoa-a;
és teu corpo e és tua alma e é árduo, ou impossível, fixar a fronteira que os
separa...
24. Não exageres o culto da verdade; não há
homem que, ao fim de um dia, não haja mentido com razão por muitas vezes.
25. Não jures, porque todo juramento é uma
ênfase.
26. Resiste ao mal, mas sem assombro e sem
ira. A quem te ferir na face direita, podes voltar-lhe a outra, sempre que não
te mova o temor.
27. Eu não falo de vinganças nem de perdões;
o esquecimento é a única vingança e o único perdão.
28. Fazer o bem a teu inimigo pode ser obra
de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.
29. Fazer o bem a teu inimigo é o melhor modo
de satisfazer tua vaidade.
30. Não acumules ouro na terra, porque o ouro
é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.
31. Pensa que os outros são justos ou o
serão, e se não é assim, não é teu o erro.
32. Deus é mais generoso que os homens e os
medirá com outra medida.
33. Do santo aos cães, lança tuas pérolas ao
porcos; o que importa é dar.
34. Busca pela satisfação de buscar, não pela
de encontrar.
39. A porta é a que escolhe, não o homem.
40. Não julgues a árvore por seus frutos nem
o homem por suas obras; podem ser piores ou melhores.
41. Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre
a areia, mas nosso dever é edificar como se fosse pedra a areia...
47. Feliz é o pobre sem amargura ou o rico
sem soberba.
48. Felizes os valentes, os que aceitam com
ânimo semelhante a derrota ou as palmas.
49. Felizes os que guardam na memória
palavras de Virgilio ou de Cristo, porque estas darão luz a seus dias.
50. Felizes os amados e os amantes e os que
podem prescindir do amor.
51. Felizes os felizes.
Fragmentos De Un Evangelio Apócrifo
3. Desdichado el pobre en espíritu, porque
bajo la tierra será lo que ahora es en la tierra.
4. Desdichado el que llora, porque ya tiene
el hábito miserable del llanto.
5. Dichosos los que saben que el sufrimiento
no es una corona de gloria.
6. No basta ser el último para ser alguna vez
el primero.
7. Feliz el que no insiste en tener razón,
porque nadie la tiene o todos la tienen.
8. Feliz el que perdona a los otros y el que
se perdona a sí mismo.
9. Bienaventurados los mansos, porque no
condescienden a la discordia.
10. Bienaventurados los que no tienen hambre
de justicia, porque saben que nuestra suerte, adversa o piadosa, es obra del
azar, que es inescrutable.
11. Bienaventurados los misericordiosos,
porque su dicha está en el ejercicio de la misericordia y no en la esperanza de
un premio.
12. Bienaventurados los de limpio corazón,
porque ven a Dios.
13. Bienaventurados los que padecen
persecución por causa de la justicia, porque les importa más la justicia que su
destino humano.
14. Nadie es la sal de la tierra; nadie, en
algún momento de su vida, no lo es.
15. Que la luz de una lámpara se encienda,
aunque ningún hombre la vea. Dios la verá.
16. No hay mandamiento que no pueda ser
infringido, y también los que digo y los que los profetas dijeron.
17. El que matare por la causa de la
justicia, o por la causa que él cree justa, no tiene culpa.
18. Los actos de los hombres no merecen ni el
fuego ni los cielos.
19. No odies a tu enemigo, porque si lo
haces, eres de algún modo su esclavo. Tu odio nunca será mejor que tu paz.
20. Si te ofendiere tu mano derecha,
perdónala; eres tu cuerpo y eres tu alma y es arduo, o imposible, fijar la
frontera que los divide...
24. No exageres el culto de la verdad; no hay
hombre que al cabo de un día, no haya mentido con razón muchas veces.
25. No jures, porque todo juramento es un
énfasis.
26. Resiste al mal, pero sin asombro y sin
ira. A quien te hiriere en la mejilla derecha, puedes volverle la otra, siempre
que no te mueva el temor.
27. Yo no hablo de venganzas ni de perdones;
el olvido es la única venganza y el único perdón.
28. Hacer el bien a tu enemigo puede ser obra
de justicia y no es arduo; amarlo, tarea de ángeles y no de hombres.
29. Hacer el bien a tu enemigo es el mejor
modo de complacer tu vanidad.
30. No acumules oro en la tierra, porque el
oro es padre del ocio, y éste, de la tristeza y del tedio.
31. Piensa que los otros son justos o lo
serán, y si no es así, no es tuyo el error.
32. Dios es más generoso que los hombres y
los medirá con otra medida.
33. Da lo santo a los perros, echa tus perlas
a los puercos; lo que importa es dar.
34. Busca por el agrado de buscar, no por el
de encontrar...
39. La puerta es la que elige, no el hombre.
40. No juzgues al árbol por sus frutos ni al
hombre por sus obras; pueden ser peores o mejores.
41. Nada se edifica sobre la piedra, todo
sobre la arena, pero nuestro deber es edificar como si fuera piedra la arena...
47. Feliz el pobre sin amargura o el rico sin
soberbia.
48. Felices los valientes, los que aceptan
con ánimo parejo la derrota o las palmas.
49. Felices los que guardan en la memoria
palabras de Virgilio o de Cristo, porque éstas darán luz a sus días.
50. Felices los amados y los amantes y los
que pueden prescindir del amor.
51.
Felices los felices.
[1] Embora consagrada pelo uso, a expressão “pobres de
espírito” é considerada, acertadamente, incorreta pelos puristas.
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