sábado, 9 de maio de 2020

Katerína Gógou (Grécia: 1940 – 1993)




Poema 1 /24 


Nossa vida são facas dobráveis
em becos sujos sem saída
dentes cariados slogans desbotados
subsolos de bastidores
cheiro de mijo e antissépticos
e esperma apodrecida. Cartazes arrancados.
Acima e abaixo. Acima e abaixo da Avenida Patission. [1]
Nossa vida é a Avenida Patission.
O detergente que não polui o mar
e Mitropanos entrou em nossas vidas cantando [2]
mas ele foi engolido pelo distrito
de Dexameni e também por suas vadias granfinas. [3]
Permanecemos aqui.
Uma vida de fome e depreciação nós levamos [4]
na mesma rua.
Humilhação-solidão-desesperança. E vice-versa.
Tudo bem. Não estamos chorando. Amadurecemos.
Apenas quando chove
chupamos nossos dedos em segredo. E fumamos.
Nossa vida é
um arquejar inútil
em batidas policiais programadas
alcaguetes e patrulhas.
É por isso que lhe digo.
Na próxima vez eles vão atirar
então não vamos fugir. Então fiquemos firmes.
Não vamos vender nossos rabos por uma miséria, cara!
Não. Está chovendo. Me dá um cigarro.

  
Poem 1 / 24


Our life is jack-knifes
in dirty dead-ends
rotten teeth faded-slogans
backstage basements
smell from piss and antiseptic
and rotten sperm. Ripped-off posters.
Up and down. Up and down Patission Ave.
Our life is Patission Ave.
The detergent that doesn’t pollute the sea
and Mitropanos sang his way into our life
but he’s been swallowed by Dexameni
District and it’s chic bums too.
We stay with it.
A craven life we travel
the same road.
Humiliation-loneliness-despair. And vice-versa.
O.K. We’re not crying. We’ve grown up.
Only when it rains
we secretly suck our thumbs. And we smoke.
Our life is
pointless panting
at programmed strikes
stooges and patrols.
That’s why I’m telling you.
Next time they’ll let us have it
so we don’t beat it. So we stay in line.
Let's not sell our asses so cheap, man.
No. It’s raining. Gimme a cigarette.


Do livro Três Cliques à Esquerda: o título refere-se à  ordem militar para que um operador de metralhadora corrija a mira girando o cano da arma sobre o tripé três furos à esquerda (nesta caso)

Notas:

[1] Avenida Patisson. Rua em que as prostitutas de Atenas faziam trottoir. Seu nome oficial é Avenida 28 de Outubro, em comemoração ao dia em que, em 1940, o ditador grego Ioannis Metaxas recusou o ultimato do Benito Mussolini para que a Grécia se submetesse ao domínio italiano. A recusa foi o estopim da Guerra Greco-Italiana (http://pt.wikipedia.org/wiki/GuerraGreco-Italiana).
[2] Dimitri Mitropanos: cantor grego famoso, saído da classe trabalhadora, que se casou com a filha de um Secretário de Estado grego. Há vários vídeos seus no Youtube.
[3] Dexameni: bairro luxuoso situado na área central de Atenas.
[4] Por sugestão de Rosa Prodromou, adotei a expressão "vida de fome e depreciação" por ser a tradução mais aproximada do adjetivo grego utilizado por Katerína Gógou no verso original - Μια ζωή λιγούρια ταξιδεύουμε -, para qualificar mulheres esfomeadas e degradas por homens que as querem a qualquer hora e preço vil.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

Katerína Gógou (Grécia: 1940 – 1993)


O que mais temo


O que mais temo
é transformar-me “em uma poeta”…
Trancar-me num quarto
com os olhos fixos no mar
e esquecer...

Temo que as suturas em minhas veias cicatrizem
e, em vez de guardar lembranças desfocadas de notícias da TV,
eu comece a rabiscar papéis e a vender “minhas opiniões”...
Temo que aqueles que nos pisotearam possam aceitar-me
para depois usar-me.

Temo que meus gritos se transformem em sussurros
que façam com que meu povo adormeça.
Temo que eu possa aprender a usar métrica e ritmo
e venha a ficar presa em seu meio
ansiando para que meus versos virem canções populares.

Temo que eu venha a comprar binóculos que aproximem
os atos de sabotagem de que não participarei.
Temo ficar enfastiada – presa fácil de sacerdotes e acadêmicos –
E em razão disso me transforme numa patricinha...
Eles dão seus jeitos...

Eles podem se aproveitar da rotina a que você se acostumou,
eles nos transformaram em cães:
eles cuidam para que nos envergonhemos por não trabalharmos...
eles cuidam para que nos orgulhemos de estar desempregados...
É como funciona.
Psiquiatras sagazes e policiais nojentos
estão nos aguardando na esquina.

Marx...
Eu tenho medo dele...
Minha mente passa por ele também...
Aqueles bastardos... eles precisam ser responsabilizados...
Eu não posso – foda-se – nem mesmo terminar esta escrita...
Talvez – hum? – talvez num outro dia...


What I fear most


What I fear most
is becoming "a poet"...
Locking myself in the room
gazing at the sea
and forgetting...

I fear that the stitches over my veins might heal
and, instead of having blur memories about TV news,
I take to scribbling papers and selling "my views"...
I fear that those who stepped over us might accept me
so that they can use me.

I fear that my screams might become a murmur
so that to serve putting my people to sleep.
I fear that I might learn to use meter and rhythm
and thus I will be trapped within them
longing for my verses to become popular songs.

I fear that I might buy binoculars in order to bring closer
the sabotage actions in which I won't be participating.
I fear getting tired - an easy prey for priests and academics -
and so turn into a "sissy"...
They have their ways...

They can utilize the routine in which you get used to,
they have turned us into dogs:
they see to us being ashamed for not working...
they see to us being proud for being unemployed...
That's how it is.
Keen psychiatrists and lousy policemen
are waiting for us in the corner.

Marx...
I am afraid of him...
My mind walks past him as well...
Those bastards...they are to blame...
I cannot - fuck it - even finish this writing...
Maybe...eh?...may be some other day...



(traduzido do grego para o inglês por G. Chalkiadakis)





quinta-feira, 7 de maio de 2020

e. e. cummings (Estados Unidos: 1894 – 1962)



In Excelsis


Tu – tu –
Tua sombra é luz solar sobre uma lâmina prateada;
Teus passos, a sementeira de lírios;
Tuas mãos gesticulando, um ressoar de sinos pelo ar parado.
O movimento de tuas mãos é a longa, dourada corrida da luz de um sol nascente;
É o saltitar de pássaros sobre uma aleia ajardinada.
Como o perfume dos narcisos, surgiste ao amanhecer.
Potros não são mais repentinos que teus pensamentos,
Tuas palavras são abelhas ao redor de uma pereira,
Teus adornos são vespas de listras negro-douradas voejando entre maçãs vermelhas.
Eu bebo teus lábios,
Eu como a brancura de tuas mãos e de teus pés.
Minha boca está aberta,
À semelhança de um jarro novo estou vazio e aberto.
Como água branca és tu que completas a taça de minha boca,
Como um riacho de águas cobertas de lírios.
Tu és congelada como as nuvens,
Tu és distante e doce como nuvens altaneiras.
Ouso buscar por ti,
Ouso tocar a orla de tua luminosidade.
Salto para além dos ventos,
Choro e clamo,
Pois minha garganta é afiada como uma espada
amolada em afiador de marfim.
Minha garganta canta a alegria de meus olhos,
O impetuoso contentamento de meu amor.
Como pode o arco-iris cair sobre meu coração?
Como pude aprisionar os mares e guardá-los entre os dedos
E como pude capturar o céu para com ele cobrir a cabeça? Como pudeste vir morar comigo,
Circundando-me com os quatro anéis de tua mística leveza,
De tal modo que eu diga "Glória! Glória!" e incline-me diante de ti
Como se defronte a um santuário?
Devo atormentar-me sobre se o amanhecer é amanhecer e é já passado um dia?
Devo imaginar que o ar é condescendência,
A terra, uma cortesia,
O céu, uma benção que mereça agradecimentos?
Então a vós - ar - terra - céu -
Eu não vos agradeço,
Eu vos tomo,
Eu vivo.
E o que digo em consequência
São rubis encrustados num portal de pedra.


In Excelsis



You – you –
Your shadow is sunlight on a plate of silver;
Your footsteps, the seeding-place of lilies;
Your hands moving, a chime of bells across a windless air.
The movement of your hands is the long, golden running of light from a rising sun;
It is the hopping of birds upon a garden-path.
As the perfume of jonquils, you come forth in the morning.
Young horses are not more sudden than your thoughts,
Your words are bees about a pear-tree,
Your fancies are the gold-and-black striped wasps buzzing among red apples.
I drink your lips,
I eat the whiteness of your hands and feet.
My mouth is open,
As a new jar I am empty and open.
Like white water are you who fill the cup of my mouth,
Like a brook of water thronged with lilies.
You are frozen as the clouds,
You are far and sweet as the high clouds.
I dare to reach to you,
I dare to touch the rim of your brightness.
I leap beyond the winds,
I cry and shout,
For my throat is keen as is a sword
Sharpened on a hone of ivory.
My throat sings the joy of my eyes,
The rushing gladness of my love.
How has the rainbow fallen upon my heart?
How have I snared the seas to lie in my fingers
And caught the sky to be a cover for my head? How have you come to dwell with me,
Compassing me with the four circles of your mystic lightness,
So that I say "Glory! Glory!" and bow before you
As to a shrine?
Do I tease myself that morning is morning and a day after?
Do I think the air is a condescension,
The earth a politeness,
Heaven a boon deserving thanks?
So you – air – earth – heaven –
I do not thank you,
I take you,
I live.
And those things which I say in consequence
Are rubies mortised in a gate of stone.


quarta-feira, 6 de maio de 2020

Federico García Lorca (Espanha: 1898 – 1936)



 Serenata


Pelas beiradas do rio
vai a noite se molhando
e nos peitos de Lolita
fenecem de amor os ramos.

Fenecem de amor os ramos.

A noite canta desnuda
sobre os poentes de março.
Lolita lava seu corpo
com água salobra e nardos.

Fenecem de amor os ramos.

A noite de anis e prata
fulgura pelos telhados.
Prata de arroios e espelhos,
Anis de tuas coxas brancas.

Fenecem de amor os ramos.


Serenata


Por las orillas del río
se está la noche mojando
y en los pechos de Lolita
se mueren de amor los ramos.

Se mueren de amor los ramos.

La noche canta desnuda
sobre los puentes de marzo.
Lolita lava su cuerpo
con agua salobre y nardos.

Se mueren de amor los ramos.

La noche de anís y plata
relumbra por los tejados.
Plata de arroyos y espejos.
Anís de tus muslos blancos.

Se mueren de amor los ramos.



terça-feira, 5 de maio de 2020

Federico García Lorca (Espanha: 1898 – 1936)



Se minhas mãos pudessem desfolhar


Pronuncio teu nome
Pelas noites escuras,
Assim que os astros vêm
Se abeberar na lua
E adormece a ramagem
Das copas escondidas.
E eu me sinto vazio
De ardor e melodia.
Louco relógio a cantar
Mortas horas antigas.

Pronuncio teu nome,
Por esta noite escura,
E o teu nome me soa
Mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
E mais dolorido que a mansa chuva.

Desejarei a ti como então
Por outra vez? Que culpa
Tem meu coração?
Se a névoa se desfaz
Que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
A lua desfolhar!!


Si mis manos pudieran deshojar


Yo pronuncio tu nombre
En las noches oscuras
Cuando vienen los astros
A beber en la luna
Y duermen los ramajes
De las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
De pasión y de música.
Loco reloj que canta
Muertas horas antiguas.

Yo pronuncio tu nombre,
En esta noche oscura,
Y tu nombre me suena
Más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
Y más doliente que la mansa lluvia.

¿Te querré como entonces
Alguna vez? ¿Qué culpa
Tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma
¿Qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
Deshojar a la luna!!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Dalton García (São Salvador: 1935 – 1975)




À La Carte


Sirva-me a ópera Madama Butterfly
Mal passada
com molho de amendoim picante
e um pouco de governo espanhol
com pitadas de inverno.

Depois, traga-me um soldado da Primeira Brigada de Artilharia
em completo estado de embriaguez
um par de melros
a erupção do Krakatoa
e o serviço postal à luz da filosofia.

Para beber
algo que não desmaie em seu difícil porém  honroso trabalho.

As sobremesas, as pedirei depois.

Ah
e palitos de dentes.


A La Carta


Sírvame la ópera Madame Butterfly
término medio
con salsa de maní picante
y un poco de gobierno español
con trocitos de invierno.

Después me trae a un soldado de la Primera Brigada de Artillería
en completo estado de ebriedad
un par de mirtos
la erupción del Krakatoa
y el servicio postal a la luz de la filosofía.

De beber
algo que no desmaye en su difícil pero honrosa tarea.

Los postres se los pediré después.

Ah
y palillos de dientes.

 


domingo, 3 de maio de 2020

Walt Whitman (Estados Unidos: 1819 - 1892)





Quando Ouvi o Astrônomo Erudito


Quando ouvi o astrônomo erudito;
Quando as demonstrações, os valores foram ordenados em colunas a minha frente;
Quando fui apresentado a tabelas e diagramas, para somar, dividir e mensurá-los;
Quando eu, sentado, ouvi o astrônomo, que no salão de conferências se apresentava sob muita ovação,
Quão de repente, inexplicavelmente, senti-me cansado e nauseado;
Até que levantando-me e esgueirando-me, perambulei sozinho,
Em meio à mística e úmida aragem da noite, e de vez em quando
Admirei em perfeito silêncio as estrelas.


When I Heard the Learn'd Astronomer


When I heard the learn’d astronomer;
When the proofs, the figures, were ranged in columns before me;
When I was shown the charts and the diagrams, to add, divide, and measure them;
When I, sitting, heard the astronomer, where he lectured with much applause in the lecture-room,
How soon, unaccountable, I became tired and sick;
Till rising and gliding out, I wander’d off by myself,
In the mystical moist night-air, and from time to time,
Look’d up in perfect silence at the stars.




sábado, 2 de maio de 2020

Gabriela Mistral (Chile: 1889 – 1957)



Tornar a vê-lo


E nunca, nunca mais, nem em noites plenas

de tremor de astros, nem nas alvoradas

virgens, nem nas tardes sacrificadas?

 

À margem de nenhum caminho pálido,

que cinge o campo, à margem de esquecida

fonte trêmula, branca e enluarada?

 

Debaixo do emaranhado da selva,

onde o chamo sem ver que anoiteceu,

nem na gruta que ecoa meu escarcéu?

 

Oh, não! Tornar a vê-lo, não importa onde,

em remansos de céu ou em vórtice ebulidor,

sob umas luas plácidas ou  em um cárdeo horror!

 

Ser com ele em todas as primaveras

e os invernos, num angustiado

laço, no seu pescoço ensanguentado!



Volverlo a Ver


¿Y nunca, nunca más, ni en noches llenas

de temblor de astros, ni en las alboradas

vírgenes, ni en las tardes inmoladas?


¿Al margen de ningún sendero pálido,

que ciñe el campo, al margen de ninguna

fontana trémula, blanca de luna?


¿Bajo las trenzaduras de la selva,

donde llamándolo me ha anochecido,

ni en la gruta que vuelve mi alarido?


¡Oh, no! ¡Volverlo a ver, no importa dónde,

en remansos de cielo o en vórtice hervidor,

bajo unas lunas plácidas o en un cárdeno horror!


¡Y ser con él todas las primaveras

y los inviernos, en un angustiado

nudo, en torno a su cuello ensangrentado!



sexta-feira, 1 de maio de 2020

André Chénier (França: 1762 – 1794)



  
Como um belo dia de maio


Como um belo dia de maio
Que sob o beijo do vento
E a carícia do sol
Se extingue no firmamento,
Com o beijo de uma rima,
A carícia da poesia,
Chego à extrema cima
Da existência minha.

O ponteiro que caminha em círculos
Para cada destino humano,
Ei-lo que já me aproxima
Da hora de minha morte,
E talvez antes mesmo
Que seja escrita a minha última estrofe,
O carrasco virá anunciar-me
O fim da vida.

Seja! Poesia, última deusa!
Concedas ainda ao teu poeta
A inspiração fulgurante,
A chama com que tu o contentavas;
E enquanto tu, tu jorras,
Vivaz, do coração,
Eu, eu te concederei por rima
De um homem que morre, a fria expiração.


Comme un beau jour de mai


Comme un beau jour de mai
Qui sous le baiser du vent
Et la caresse du soleil
S’éteint au firmament.
Avec le baiser d’une rime,
La caresse de la poésie,
je monte à l’extrême cime
De mon existence.

L’aiguille qui chemine en cercle
Pour chaque destin humain,
La voici qui déjà me rapproche
De l’heure de ma mort,
Et peut-être avant même
Que soit achevée ma dernière strophe,
Le bourreau viendra-t-il m’annoncer
La fin de la vie

Soit ! Poésie, ultime déesse !
Accorde encore à ton poète
L’inspiration fulgurante,
La flamme dont tu le comblais ;
Et pendant que toi, tu me jaillis,
Vivace, du cœur,
Moi, je te donnerai pour rime
Le souffle glacé d’un homme qui meurt.




quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ben Jonson (Inglaterra: 1572 – 1637)






A Célia


Brinda-me apenas com teus olhos,
E eu com os meus prometerei;
Ou deixa na taça não mais que um beijo,
Que eu por vinho não procurarei.

A sede que da alma se eleva,
Exige uma bebida que é de Zeus:
Mas se de seus néctares divinos eu provasse,
Não os trocaria pelos teus.

Enviei-te então uma guirlanda rósea,
Não tanto para te honrar
Mas para dar a ela a esperança
de jamais murchar;

Mas tu apenas a cheiraste,
E a mim a devolveste,
Desde então ela cresce e rescende, juro,
Não a ela, mas a ti.


To Celia


Drink to me only with thine eyes
And I will pledge with mine.
Or leave a kiss but in the cup
And I'll not look for wine.

The thirst that from the soul doth rise
Doth ask a drink divine;
But might I of Jove's nectar sup,
I would not change for thine.

I sent thee late a rosy wreath,
Not so much hon'ring thee
As giving it a hope that there
It could not withered be;

But thou thereon did'st only breathe,
And sent'st it back to me,
Since when it grows and smells, I swear
Not of itself, but thee.



Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...