terça-feira, 7 de julho de 2020
William Carlos Williams (Estados Unidos: 1833 – 1963)
Retrato de uma dama
Suas coxas são macieiras
cujas flores tocam o céu.
Que céu? O céu
onde Watteau pendurou o chinelo
de uma dama. Seus joelhos
são como uma brisa do sul — ou
uma rajada de neve. Puxa! que
espécie de homem foi Fragonard?
— como se isso explicasse
tudo — Ah, sim. Abaixo
dos joelhos, já que a melodia
se esvai desse jeito, é
um daqueles dias claros de verão,
a relva alta de seus tornozelos
tremeluz sobre a praia —
Que praia? —
a areia se gruda em meus lábios —
Que praia?
Puxa! talvez pétalas. Como
posso saber?
Que praia? Que praia?
— as pétalas de alguma macieira
escondida — Que praia?
Eu disse pétalas de uma macieira.
Portrait Of A Lady
Your thighs are appletrees
whose blossoms touch the sky.
Which sky? The sky
where Watteau hung a lady's
slipper. Your knees
are a southern breeze—or
a gust of snow. Agh! what
sort of man was Fragonard?
— As if that answered
anything.— Ah, yes. Below
the knees, since the tune
drops that way, it is
one of those white summer days,
the tall grass of your ankles
flickers upon the shore —
Which shore? —
the sand clings to my lips —
Which shore?
Agh, petals maybe. How
should I know?
Which shore? Which shore?
—the petals from some hidden
appletree — Which shore?
I said petals from an appletree.
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Sylvia Plath (Estados Unidos: 1932 – 1963)
Metáforas
Eu
sou um enigma em nove sílabas,
Um
elefante, um pesado lar,
Um
melão vagando em dois tentáculos
Fruta
rubra, marfim, finas tábuas!
Pão
grande que cresce com fermento.
Grana
nova nesta bolsa gorda.
Sou
um meio, um estágio, vaca grávida.
Devorei
um montão de maçãs verdes,
Tomado
o trem não há mais saída.
Metaphors
I’m
a riddle in nine syllables,
An
elephant, a ponderous house,
A
melon strolling on two tendrils.
O
red fruit, ivory, fine timbers!
This
loaf’s big with its yeasty rising.
Money’s
new-minted in this fat purse.
I’m
a means, a stage, a cow in calf.
I’ve
eaten a bag of green apples,
Boarded
the train there’s no getting off.
domingo, 5 de julho de 2020
Jorge Luis Borges (Argentina: 1899 – 1986)
O Outro
No
primeiro de seus muitos milhares
De
hexâmetros de bronze invoca o grego
À
difícil musa ou a um arcano fogo
Para
cantar a cólera de Aquiles.
Sabia
que um outro – um Deus – é o que fere
De
brusca luz nossa labuta;
Séculos
depois diria a Escritura
Que
o espírito assopra onde bem quiser.
A
exata ferramenta a seu escolhido
Dá
o impiedoso deus inominável:
A
Milton o isolamento da sombra,
O
desterro a Cervantes e o olvido.
Seu
é tudo o que perdura na memória
Do
tempo secular. E nossa, a escória.
El Otro
En el primero de sus largos miles
De hexámetros de bronce invoca el griego
A la ardua musa o a un arcano fuego
Para cantar la cólera de Aquiles.
Sabía que otro – un Dios – es el que hiere
De brusca luz nuestra labor oscura;
Siglos después diría la Escritura
Que el Espíritu sopla donde quiere.
La cabal herramienta a su elegido
Da el despiadado dios que no se nombra:
A Milton las paredes de la sombra,
El destierro a Cervantes y el olvido.
Suyo es lo que perdura en la memoria
Del tiempo secular. Nuestra la escoria.
sábado, 4 de julho de 2020
Harryette Mullen (Estados Unidos: 1953 –)
Vai, irmãzinha, canta tua melodia
(Tradução de Wagner Mourão Brasil
e Isaías Edson Sidney)*
vai irmãzinha canta tua melodia
lady castanho-rubro señora rubia [1] [2]
passou o dia
lavando a sua núbia [3]
lady castanho-rubro señora rubia [1] [2]
passou o dia
lavando a sua núbia [3]
ela vai ao lugar de sempre [4] [5]
sem ou com ele
devo gritar enquanto
você vai dando o ritmo
sem ou com ele
devo gritar enquanto
você vai dando o ritmo
membros não ficam cansados
acrescente alguma prática à sua teoria
ela indaga isso é coisa de homem
ou uma coisa dele
acrescente alguma prática à sua teoria
ela indaga isso é coisa de homem
ou uma coisa dele
desejando-lhe sorte
deu-lhe limões pra chupar
disse-lhe seja gentil amor
melhore a sua embocadura
deu-lhe limões pra chupar
disse-lhe seja gentil amor
melhore a sua embocadura
go
on sister sing your song
go on sister sing your song
lady redbone señora rubia
took all day long
shampooing her nubia
lady redbone señora rubia
took all day long
shampooing her nubia
she gets to the getting place
without or with him
must I holler when
you’re giving me rhythm
without or with him
must I holler when
you’re giving me rhythm
members don’t get weary
add some practice to your theory
she wants to know is it a men thing
or a him thing
add some practice to your theory
she wants to know is it a men thing
or a him thing
wishing him luck
she gave him lemons to suck
told him please dear
improve your embouchure
she gave him lemons to suck
told him please dear
improve your embouchure
Notas:
[1] Redbone: Cão norte-americano de pelagem avermelhada. No falar das comunidades negras do sul dos Estados Unidos, pele ou cabelo castanho de matiz avermelhada
[2] Rubia: (espanhol) loura
[3] Núbia: A poeta diz que encontrou a palavra em uma série de cartas trocadas entre duas mulheres negras do século XIX. Embora a palavra se refira a um colarinho rendado usado pelas mulheres no período vitoriano, Mullen a aprecia por sua sonoridade “afrocêntrica”, com invocações à Núbia, região do vale do Nilo hoje partilhada pelo Egito e o Sudão.
[4] Getting place: No sul dos Estados Unidos, local de encontros amorosos. No português, o que antes costumava ser chamado de "randez-vous", ou local para encontros sexuais.
[5] "Members don't get weary" pode ser, como sugere meu parceiro de tradução, uma referência irônica a um spiritual norte-americano, cuja letra deve ter passado pela mente da autora ao fazer uso de seu título no verso.
(*) Eu fiz uma tradução alternativa deste poema, que publiquei no meu blog TRAPICHE DE VERSOS E AFINS. Confira:
http://trapichedeversoseafins.blogspot.com/search/label/poema%20traduzido%20-%20go%20on%20sister%20sing%20your%20song%20de%20Harryette%20Mullen
sexta-feira, 3 de julho de 2020
Emily Dickinson (Estados Unidos: 1830 - 1886)
Poema J223 / F258
Vim comprar um sorriso – hoje –
Não mais que um simples sorriso –
O menor que possais conceder-me -
Servir-me-á a contento –
Aquele a que ninguém dará por falta
se brilhou tão parcamente –
Imploro neste "balcão" – senhor –
Podereis vendê-lo?
Possuo Diamantes – em meus dedos!
Sabeis o que são Diamantes!
Tenho Rubis – como o Sangue do Entardecer -
E Topázio – como a estrela!
Para um Judeu, não mais que "uma
barganha"!
E então? Poderei tê-lo – Senhor?
J223 / F258
I Came to buy a smile – today –
But just a single smile –
The smallest one upon your cheek –
Will suit me just as well –
The one that no one else would miss
It shone so very small –
I'm pleading at the "counter" – sir
–
Could you afford to sell?
I've Diamonds – on my fingers!
You know what Diamonds are!
I've Rubies – like the Evening Blood –
And Topaz – like the star!
'Twould be "a bargain" for a Jew!
Say? May I have it – Sir?
quinta-feira, 2 de julho de 2020
Emily Dickinson (EUA: 1830 – 1886)
Poema J1418 / F1877
Quão solitário sente-se o
Vento das Noites –
Quando as pessoas já
apagaram suas Luzes
E todo aquele que se abriga
sob um Teto
Cerra a persiana e vai pra
cama direto –
Cerra as venezianas e
mantém-se em casa
Quão pomposo o Vento
percebe os Meios-Dias
Ao passar por incorpóreas
Melodias
Corrigindo erros praticados
pelo céu
E purificando ao passar
pelo cenário
Quão forte sente-se o Vento
das Alvoradas
Instalando-se num milhar de
Madrugadas –
Desposando a cada uma e a
todas dando um tempo
E então elevar-se até seu
mais Excelso Templo –
Poem J1418 / F1877
How lonesome the Wind must
feel Nights –
When People have put out
the Lights
And everything that has an
Inn
Closes the shutter and goes
in –
How pompous the Wind must
feel Noons
Stepping to incorporeal
Tunes
Correcting errors of the
sky
And clarifying scenery
How mighty the Wind must
feel Morns
Encamping on a thousand
Dawns –
Espousing each and spurning
all
Then soaring to his Temple
Tall –
quarta-feira, 1 de julho de 2020
Octavio Paz (México: 1914 – 1998)
Para Além do Amor
Tudo nos ameaça:
O tempo, que em vivos
fragmentos divide
o que fui
do que serei,
como o facão à cobra;
a consciência, a
transparência transpassada,
o olhar cego de olhar-se a
olhar;
as palavras, luvas
cinzentas, poeira mental sobre a erva,
a água, a pele;
nossos nomes, que entre ti
e mim se levantam,
muralhas de vazio que
nenhuma trombeta derruba.
Nem o sonho e sua multidão
de imagens rotas,
nem o delírio e sua espuma
profética,
nem o amor com seus dentes
e unhas nos bastam.
Para além de nós mesmos,
nas fronteiras do ser e do
estar,
uma vida mais vida nos
reclama.
Lá fora a noite respira, se
distende,
plena de grandes folhas
quentes,
de espelhos que combatem:
frutas, garras, olhos,
folhagens,
costas que reluzem,
corpos que abrem caminho
entre outros corpos.
Deita-te aqui à margem de
tanta espuma,
de tanta vida que se ignora
e se entrega:
tu também pertences à
noite.
Estende-te, brancura que
respira,
pulsa, oh estrela
repartida,
copagem,
pão que inclinas a balança
do lado da aurora,
pausa de sangue entre este
tempo e outro sem medida.
Más Allá del Amor
Todo nos amenaza:
el tiempo, que en vivientes fragmentos divide
al que fui
del que seré,
como el machete a la culebra;
la conciencia, la transparencia traspasada,
la mirada ciega de mirarse mirar;
las palabras, guantes grises, polvo mental sobre la yerba,
el agua, la piel;
nuestros nombres, que entre tú y yo se levantan,
murallas de vacío que ninguna trompeta derrumba.
el tiempo, que en vivientes fragmentos divide
al que fui
del que seré,
como el machete a la culebra;
la conciencia, la transparencia traspasada,
la mirada ciega de mirarse mirar;
las palabras, guantes grises, polvo mental sobre la yerba,
el agua, la piel;
nuestros nombres, que entre tú y yo se levantan,
murallas de vacío que ninguna trompeta derrumba.
Ni el
sueño y su pueblo de imágenes rotas,
ni el delirio y su espuma profética,
ni el amor con sus dientes y uñas nos bastan.
Más allá de nosotros,
en las fronteras del ser y el estar,
una vida más vida nos reclama.
Afuera la noche respira, se extiende,
llena de grandes hojas calientes,
de espejos que combaten:
frutos, garras, ojos, follajes,
espaldas que relucen,
cuerpos que se abren paso entre otros cuerpos.
ni el delirio y su espuma profética,
ni el amor con sus dientes y uñas nos bastan.
Más allá de nosotros,
en las fronteras del ser y el estar,
una vida más vida nos reclama.
Afuera la noche respira, se extiende,
llena de grandes hojas calientes,
de espejos que combaten:
frutos, garras, ojos, follajes,
espaldas que relucen,
cuerpos que se abren paso entre otros cuerpos.
Tiéndete aquí a la orilla de tanta
espuma,
de tanta vida que se ignora y se entrega:
tú también perteneces a la noche.
Extiéndete, blancura que respira,
late, oh estrella repartida,
copa,
pan que inclinas la balanza del lado de la aurora,
pausa de sangre entre este tiempo y otro sin medida.
de tanta vida que se ignora y se entrega:
tú también perteneces a la noche.
Extiéndete, blancura que respira,
late, oh estrella repartida,
copa,
pan que inclinas la balanza del lado de la aurora,
pausa de sangre entre este tiempo y otro sin medida.
terça-feira, 30 de junho de 2020
Emily Dickinson (Estados Unidos: 1830 – 1886)
Poema J712 / F479
Por não poder parar para a
Morte –
Gentil, parou ela para mim –
Na Carruagem fomos Nós –
E a Imortalidade.
Sem pressa fomos – Ela não
tinha pressa
E eu deixei de lado
A minha labuta e também o
meu lazer,
Por sua Cortesia –
Passamos pela Escola, onde
Crianças esforçavam-se
No Recreio – em Círculo –
Passamos pelos campos de
Grãos Afrontantes
Passamos pelo Sol Poente –
Ou antes - Ela passou a Nós
–
O Orvalho tornou-se
Tiritante e Gelado –
Pois só de Gaze - o meu
Vestido –
O meu Xale - só de Tule –
Paramos ante uma Casa que
lembrava
A um Inchaço do Chão –
O Teto, mal se notava –
A Cornija - no Chão –
Desde então – são Séculos –
e ainda assim
Sentia-os mais breves que o
Dia
De antemão supus que as
Cabeças dos Cavalos
Rumavam para a Eternidade –
Poem J712 / F479
Because I could not stop
for Death –
He kindly stopped for me –
The Carriage held but just Ourselves –
And Immortality.
He kindly stopped for me –
The Carriage held but just Ourselves –
And Immortality.
We slowly drove – He knew
no haste
And I had put away
My labor and my leisure too,
For His Civility –
And I had put away
My labor and my leisure too,
For His Civility –
We passed the School, where
Children strove
At Recess - in the Ring –
We passed the Fields of Gazing Grain –
We passed the Setting Sun –
At Recess - in the Ring –
We passed the Fields of Gazing Grain –
We passed the Setting Sun –
Or rather - He passed Us –
The Dews drew quivering and Chill –
For only Gossamer, my Gown –
My Tippet – only Tulle –
The Dews drew quivering and Chill –
For only Gossamer, my Gown –
My Tippet – only Tulle –
We paused before a House that
seemed
A Swelling of the Ground –
The Roof was scarcely visible –
The Cornice - in the Ground –
A Swelling of the Ground –
The Roof was scarcely visible –
The Cornice - in the Ground –
Since
then - 'tis Centuries – and yet
Feels shorter than the Day
I first surmised the Horses' Heads
Were toward Eternity –
Feels shorter than the Day
I first surmised the Horses' Heads
Were toward Eternity –
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Siegfried Sassoon (Inglaterra: 1886 – 1967)
O Leito de Morte
Ele cochilou e estava ciente de que o
silêncio se adensava
a sua volta, inabalável qual sólida muralha;
Aquoso qual raios de luz âmbar ondulante,
Pairando trêmulo nas asas do sono.
Silêncio e segurança; e sua orla mortal
Beijada na noite sem lua pelas insinuantes
ondas da morte.
Alguém levava água a sua boca,
Ele engoliu, sem resistir; gemeu e afundou-se
Na escuridão por entre o vermelho vivo da
tristeza; e esqueceu-se
da pulsação opiácea e dolorida de seu
ferimento.
Água - calma, deslizando esverdeada sobre a
barragem.
Água - uma passagem iluminada pelo céu para
seu barco,
Ave - sonora, e circundada por reflexos de
flores.
E matizes difusos de verão; ao flutuar,
Remou com pugnacidade, e suspirou, e
adormeceu.
Noite - com uma rajada de vento, ela adentrou
a enfermaria,
Agitando a cortina em curva bruxuleante.
Noite - estava cego; não via as estrelas
Reluzindo por entre fantasmas de tristeza
divagante;
Estranhos borrões coloridos, púrpura,
escarlate, verde,
Cintilando e desvanecendo em seus olhos
marejados.
Chuva - podia ouvi-la rumorejar na escuridão;
Fragrância entrelaçada a música
desapaixonada;
Chuva morna sobre rosas pendentes; aguaceiro
tamborilante
Que encharca os bosques; não a chuva áspera
que arrasa
Ao som do trovão, mas a paz gotejante,
Que delicada e lentamente vai ceifando a
vida.
Ele moveu-se, arredando o corpo; então a dor
Saltou como besta desgovernada, e agarrou e
rasgou
Seus sonhos tateantes com garras e presas que
dilaceravam.
Mas alguém estava ao seu lado; logo
acalmou-se
Estremecendo,
pois aquela coisa malévola havia passado.
E a morte, que se aproximara, interrompeu
seus passos e fitou-o.
Acendam luzes suficientes e juntem-se ao
redor de sua cama.
Emprestem-lhe seus olhos, sangue quente, e a
vontade de viver.
Falem com ele; estimulem-no; ainda podem
salvá-lo.
Ele é jovem; ele odiava a Guerra; como pode
ele morrer
Enquanto velhos e cruéis propugnadores
salvam-se vitoriosos?
Mas a morte respondeu: "Eu o
escolhi." Então ele se foi,
E fez-se silêncio na noite de verão;
Silêncio e segurança; e os véus do sono.
Depois, muito ao longe, o troar das armas.
The Death Bed
He drowsed and was aware of silence heaped
Round him, unshaken as the steadfast walls;
Aqueous like floating rays of amber light,
Soaring and quivering in the wings of sleep.
Silence and safety; and his mortal shore
Lipped by the inward, moonless waves of
death.
Someone was holding water to his mouth.
He swallowed, unresisting; moaned and dropped
Through crimson gloom to darkness; and forgot
The opiate throb and ache that was his wound.
Water — calm, sliding green above the weir.
Water — a sky-lit alley for his boat,
Bird — voiced, and bordered with reflected
flowers
And shaken hues of summer; drifting down,
He dipped contented oars, and sighed, and
slept.
Night — with a gust of wind, was in the ward,
Blowing the curtain to a glimmering curve.
Night — he was blind; he could not see the
stars
Glinting among the wraiths of wandering
cloud;
Queer blots of colour, purple, scarlet,
green,
Flickered and faded in his drowning eyes.
Rain — he could hear it rustling through the
dark;
Fragrance and passionless music woven as one;
Warm rain on drooping roses; pattering
showers
That soak the woods; not the harsh rain that
sweeps
Behind the thunder, but a trickling peace,
Gently and slowly washing life away.
He stirred, shifting his body; then the pain
Leapt like a prowling beast, and gripped and
tore
His groping dreams with grinding claws and
fangs.
But someone was beside him; soon he lay
Shuddering because that evil thing had
passed.
And death, who'd stepped toward him, paused
and stared.
Light many lamps and gather round his bed.
Lend him your eyes, warm blood, and will to
live.
Speak to him; rouse him; you may save him
yet.
He's young; he hated War; how should he die
When cruel old campaigners win safe through?
But death replied: 'I choose him.' So he
went,
And there was silence in the summer night;
Silence and safety; and the veils of sleep.
Then, far away, the thudding of the guns.
domingo, 28 de junho de 2020
Rubén Darío (Nicarágua: 1867 – 1916)
Se minhas mãos pudessem desfolhar
Pronuncio o teu nome
Pelas noites escuras,
Assim que vêm os astros
Se abeberar na lua
E adormece a ramagem
Das copas escondidas.
E eu me sinto vazio
De ardor e melodia.
Louco relógio a cantar
Mortas horas antigas.
Pronuncio o teu nome,
Por esta noite escura,
E o teu nome me soa
Mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
E mais dolorido que a mansa chuva.
Te desejarei como então
Por outra vez? Que culpa
Tem o meu coração?
Se a névoa se desfaz
Que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
A lua desfolhar!!
Si mis manos pudieran deshojar
Yo pronuncio tu nombre
En las noches oscuras
Cuando vienen los astros
A beber en la luna
Y duermen los ramajes
De las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
De pasión y de música.
Loco reloj que canta
Muertas horas antiguas.
Yo pronuncio tu nombre,
En esta noche oscura,
Y tu nombre me suena
Más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
Y más doliente que la mansa lluvia.
¿Te querré como entonces
Alguna vez? ¿Qué culpa
Tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma
¿Qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
Deshojar a la luna!!
Quarta de Quatro Canções Melancólicas
Assinar:
Postagens (Atom)
Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)
Argonautas E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...
-
Um sonho com árvores Há algo em mim que sonhou com árvores, Uma casa sossegada, alguns acres verdes e modestos Um pouco di...
-
Ao Cidadão Anônimo (A JS/07 M 378. Este Monumento de Mármore foi Erigido pelo Estado) Ele foi considerado pelo Departamento...
-
Averno - 16/18 Telescópio Há um momento após lançar o olhar ao longe em que você se esquece de onde está por estar vivendo, ...