quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)


De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema X / XXI

 

Perdemos também este crepúsculo.

Ninguém nos viu de mãos dadas nesta tarde

enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

 

Pela janela contemplei

a festa do poente nos campos distantes.

 

Às vezes como uma moeda

incendiava-se um pedaço de sol em minhas mãos.

 

De ti me lembrava com a alma apertada

por essa tristeza que em mim conheces.

 

Assim, onde estavas?

Entre quais gentes?

Dizendo quais palavras?

Por que me virá tanto amor de súbito

quando me sinto triste, e te sinto distante?

 

Caiu o livro que sempre se pega no crepúsculo,

e como um cão ferido caiu aos meus pés a minha capa.

 

Sempre, sempre te distancias nas tardes

para onde o crepúsculo segue apagando estátuas.

 

Poema X / XXI

 

Hemos perdido aun este crepúsculo.

Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas

mientras la noche azul caía sobre el mundo.

 

He visto desde mi ventana

la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

 

A veces como una moneda

se encendía un pedazo de sol entre mis manos.

 

Yo te recordaba con el alma apretada

de esa tristeza que tú me conoces.

 

Entonces, dónde estabas?

Entre qué gentes?

Diciendo qué palabras?

Por qué se me vendrá todo el amor de golpe

cuando me siento triste, y te siento lejana?

 

Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,

y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.

 

Siempre, siempre te alejas en las tardes

hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema IX / XXI

 

Ébrio de terebintina e vastos beijos,

estival, o veleiro das rosas conduzo,

inclinado até a morte do delgado dia,

fundado no sólido frenesi marinho.

 

Pálido e amarrado à minha água devorante

cruzo o acre odor do clima desprotegido,

ainda que vestido de cinza e sons amargos,

e a crista entristecida de abandonada espuma.

 

Vou, rijo de paixões, montado em minha onda única,

lunar, solar, ardente e frio, inesperado,

adormecido na garganta das afortunadas

ilhas brancas e doces como quadris frescos.

 

Treme na noite úmida meu traje de beijos

loucamente carregado de elétricas gestões,

de modo heroico dividido em sonhos

e embriagadoras rosas que se exercitam em mim.

 

Água acima, em meio às ondas externas,

teu paralelo corpo se sujeita aos meus braços

como um peixe infinitamente preso à minha alma

rápido e moroso na energia sub-celestial.

 

 

Poema IX / XXI

 

Ebrio de trementina y largos besos,

estival, el velero de las rosas dirijo,

torcido hacia la muerte del delgado día,

cimentado en el sólido frenesí marino.

 

Pálido y amarrado a mi agua devorante

cruzo en el agrio olor del clima descubierto,

aún vestido de gris y sonidos amargos,

y una cimera triste de abandonada espuma.

 

Voy, duro de pasiones, montado en mi ola única,

lunar, solar, ardiente y frío, repentino,

dormido en la garganta de las afortunadas

islas blancas y dulces como caderas frescas.

 

Tiembla en la noche húmeda mi vestido de besos

locamente cargado de eléctricas gestiones,

de modo heroico dividido en sueños

y embriagadoras rosas practicándose en mí.

 

Aguas arriba, en medio de las olas externas,

tu paralelo cuerpo se sujeta en mis brazos

como un pez infinitamente pegado a mi alma

rápido y lento en la energía subceleste.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema VIII / XXI

 

Abelha branca zumbes – ébria de mel – em minha alma

e te retorces em lentas espirais de fumaça.

 

Sou o desesperado, a palavra sem ecos,

o que perdeu tudo, e o que tudo teve.

 

Última amarra, estala em ti minha ansiedade última.

Em minha terra deserta és a última rosa.

 

Ah silenciosa!

 

Cerra teus olhos profundos. Ali adeja a noite.

Ah desnuda teu corpo de estátua temerosa.

 

Tens os olhos profundos onde a noite se funde.

Frescos braços de flor e regaço de rosa.

 

Parecem os teus seios a caracóis brancos.

Veio adormecer em teu ventre uma mariposa de sombra.

 

Ah silenciosa.

 

Sou aqui a solidão da qual estás ausente.

Chove. O vento do mar caça errantes gaivotas.

 

A água anda descalça pelas ruas molhadas.

Daquela árvore se queixam, como enfermos, as folhas.

 

Abelha branca, ausente, ainda zumbes em minha alma.

Renasces no tempo, delgada e silenciosa.

 

Ah silenciosa!

 

 

Poema VIII / XXI

 

Abeja blanca zumbas -ebria de miel- en mi alma

y te tuerces en lentas espirales de humo.

 

Soy el desesperado, la palabra sin ecos,

el que lo perdió todo, y el que todo lo tuvo.

 

Última amarra, cruje en ti mi ansiedad última.

En mi tierra desierta eres la última rosa.

 

Ah silenciosa!

 

Cierra tus ojos profundos. Allí aletea la noche.

Ah desnuda tu cuerpo de estatua temerosa.

 

Tienes ojos profundos donde la noche alea.

Frescos brazos de flor y regazo de rosa.

 

Se parecen tus senos a los caracoles blancos.

Ha venido a dormirse en tu vientre una mariposa de sombra.

 

Ah silenciosa!

 

He aquí la soledad de donde estás ausente.

Llueve. El viento del mar caza errantes gaviotas.

 

El agua anda descalza por las calles mojadas.

De aquel árbol se quejan, como enfermos, las hojas.

 

Abeja blanca, ausente, aún zumbas en mi alma.

Revives en el tiempo, delgada y silenciosa.

 

Ah silenciosa!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema VII / XXI

 

Reclinado nas tardes lanço minhas tristes redes

aos teus olhos oceânicos.

 

Ali se alonga e arde na mais alta fogueira

minha solidão que braceja como um náufrago.

 

Traço rubros sinais sobre teus olhos ausentes

que ondulam como o mar à beira de um farol.

 

Apenas guardas trevas, fêmea distante e minha,

de teu rosto emerge às vezes a orla do espanto.

 

Reclinado nas tardes lanço minhas tristes redes

a esse mar que agita teus olhos oceânicos.

 

Galopa a noite em sua égua sombria

semeando espigas azuis sobre o campo.

 

 

Poema VII / XXI

 

Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes

a tus ojos oceánicos.

 

Allí se estira y arde en la más alta hoguera

mi soledad que da vueltas los brazos como un náufrago.

 

Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes

que olean como el mar a la orilla de un faro.

 

Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mía,

de tu mirada emerge a veces la costa del espanto.

 

Inclinado en las tardes echo mis tristes redes

a ese mar que sacude tus ojos oceánicos.

 

Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas

que centellean como mi alma cuando te amo.

 

Galopa la noche en su yegua sombría

desparramando espigas azules sobre el campo.

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema VI / XXI

 

Recordo-te como eras no último outono.

Eras a boina gris e o coração em calma.

Em teus olhos pugnavam as chamas do crepúsculo.

E as folhas caíam na água da tua alma.

 

Presa em meus braços como uma trepadeira,

as folhas recolhiam a tua voz morosa e calma.

Fogueira de estupor na qual a minha sede ardia.

Doce jacinto azul retorcido sobre a minha alma.

 

Sinto viajar teus olhos e está distante o outono:

boina gris, voz de pássaro e coração de casa

para onde emigravam meus profundos anelos

e caíam meus beijos alegres como brasas.

 

Céu vindo de um navio. Campo vindo das colinas.

Tua lembrança é de luz, de fumaça, de lagoa calma!

Mais além dos teus olhos ardiam os crepúsculos.

Folhas secas do outono giravam em tua alma.

 

Poema VI / XXI

 

Te recuerdo como eras en el último otoño.

Eras la boina gris y el corazón en calma.

En tus ojos peleaban las llamas del crepúsculo.

Y las hojas caían en el agua de tu alma.

 

Apegada a mis brazos como una enredadera,

las hojas recogían tu voz lenta y en calma.

Hoguera de estupor en que mi sed ardía.

Dulce jacinto azul torcido sobre mi alma.

 

Siento viajar tus ojos y es distante el otoño:

boina gris, voz de pájaro y corazón de casa

hacia donde emigraban mis profundos anhelos

y caían mis besos alegres como brasas.

 

Cielo desde un navío. Campo desde los cerros.

Tu recuerdo es de luz, de humo, de estanque en calma!

Más allá de tus ojos ardían los crepúsculos.

Hojas secas de otoño giraban en tu alma.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema V / XXI

 

Para que me ouças

minhas palavras

adelgaçam-se às vezes

como pegadas de gaivotas nas praias.

 

Colar, cascavel ébria

para tuas mãos suaves como as uvas.

 

E vejo-as distantes, minhas palavras.

Mais que minhas são tuas.

Vão subindo pela minha velha dor como as heras.

 

Elas sobem assim pelas paredes úmidas.

És tu a culpada por este jogo sangrento.

 

Elas estão fugindo de meu covil escuro.

Em tudo o completas tu, em tudo o completas.

 

Antes de ti elas povoaram a solidão que ocupas,

e estão acostumadas mais que tu à minha tristeza.

 

Agora quero que digam o que quero te dizer

para que tu as ouças como quero que me ouças.

 

O vento da angústia ainda costuma arrastá-las.

Furacões de sonhos às vezes ainda as derrubam.

 

Escutas outras vozes em minha voz dolorida.

Pranto de velhas bocas, sangue de velhas súplicas.

Ama-me, companheira. Não me abandones. Segue-me.

Segue-me, companheira, nesta onda de angústia.

 

Mas elas vão tingindo com teu amor minhas palavras.

A tudo ocupas tu, a tudo ocupas tu.

 

Vou fazendo com todas elas um colar infinito

para tuas brancas mãos, suaves como uvas.

 

 

Poema V / XXI

 

Para que tú me oigas

mis palabras

se adelgazan a veces

como las huellas de las gaviotas en las playas.

 

Collar, cascabel ebrio

para tus manos suaves como las uvas.

 

Y las miro lejanas mis palabras.

Más que mías son tuyas.

Van trepando en mi viejo dolor como las yedras.

 

Ellas trepan así por las paredes húmedas.

Eres tú la culpable de este juego sangriento.

 

Ellas están huyendo de mi guarida oscura.

Todo lo llenas tú, todo lo llenas.

 

Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,

y están acostumbradas más que tú a mi tristeza.

 

Ahora quiero que digan lo que quiero decirte

para que tú las oigas como quiero que me oigas.

 

El viento de la angustia aún las suele arrastrar.

Huracanes de sueños aún a veces las tumban.

 

Escuchas otras voces en mi voz dolorida.

Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas.

Ámame, compañera. No me abandones. Sígueme.

Sígueme, compañera, en esa ola de angustia.

 

Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.

Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas.

 

Voy haciendo de todas un collar infinito

para tus blancas manos, suaves como las uvas.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada"


Poema IV / XXI

 

É manhã plena de tempestade

no coração do verão.

 

Viajam as nuvens como lenços brancos de adeus,

O vento os agita com suas mãos viajantes.

 

Inumerável coração do vento

batendo sobre o nosso silêncio enamorado.

 

Zumbindo por entre as árvores, orquestral e divino,

como uma língua plena de guerras e de cantos.

 

Vento que leva em rápido assalto as folhas soltas

e desvia as flechas palpitantes dos pássaros. 

 

Vento que a derruba como onda sem espuma

e substância sem peso, e fogos inclinados.

 

Sua quantidade de beijos irrompe e submerge

combatida na porta do vento do verão

 

 

Poema IV / XXI

 

 

Es la mañana llena de tempestad

en el corazón del verano.

 

Como pañuelos blancos de adiós viajan las nubes,

el viento las sacude con sus viajeras manos.

 

Innumerable corazón del viento

latiendo sobre nuestro silencio enamorado.

 

Zumbando entre los árboles, orquestal y divino,

como una lengua llena de guerras y de cantos.

 

Viento que lleva en rápido robo la hojarasca

y desvía las flechas latientes de los pájaros.

 

Viento que la derriba en ola sin espuma

y sustancia sin peso, y fuegos inclinados.

 

Se rompe y se sumerge su volumen de besos

combatido en la puerta del viento del verano.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada

 

Poema III / XXI

 

Ah amplidão de pinheiros, rumor de ondas se quebrando,

lento jogo de luzes, sino solitário,

crepúsculo caindo em teus olhos, boneca,

caracol terrestre, em ti a terra canta!

 

Em ti os rios cantam e neles minha alma foge

como tu o desejas e até onde tu queres.

Aponta-me o caminho em teu arco de esperança

e soltarei em delírio uma revoada de flechas.

 

À minha volta vejo tua cintura de neve

e teu silêncio acossa minhas horas perseguidas,

e és tu com teus braços de pedra transparente

onde atracam meus beijos e minha ânsia se aninha.

 

Ah tua voz misteriosa que o amor tinge e dobra

no entardecer ressonante que vai morrendo!

Assim em horas profundas sobre os campos vi

as espigas se dobrarem na boca do vento.

 

 

Poema III / XVI

 

Ah vastedad de pinos, rumor de olas quebrándose,

lento juego de luces, campana solitaria,

crepúsculo cayendo en tus ojos, muñeca,

caracola terrestre, en ti la tierra canta!

 

En ti los ríos cantan y mi alma en ellos huye

como tú lo desees y hacia donde tú quieras.

Márcame mi camino en tu arco de esperanza

y soltaré en delirio mi bandada de flechas.

 

En torno a mí estoy viendo tu cintura de niebla

y tu silencio acosa mis horas perseguidas,

y eres tú con tus brazos de piedra transparente

donde mis besos anclan y mi húmeda ansia anida.

 

Ah tu voz misteriosa que el amor tiñe y dobla

en el atardecer resonante y muriendo!

Así en horas profundas sobre los campos he visto

doblarse las espigas en la boca del viento.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema II / XXI

 

Em sua chama mortal a luz te envolve.

Absorta, pálida enferma, assim acomodada

contra as velhas hélices do crepúsculo

que ao teu redor dá voltas.

 

Muda, minha amiga,

só na solidão desta hora de mortes

e plena das vidas do fogo,

pura herdeira do dia destruído.

 

Do sol cai um cacho em teu vestido escuro.

Vindas da noite as grandes raízes

subitamente nascem de tua alma,

e ao exterior regressam as coisas em ti ocultas,

de modo a que um povo pálido e azul

de ti recém nascido se alimente.

 

Oh grandiosa e fecunda e magnética escrava

do círculo que em negro e dourado surge:

altiva, cuida e alcança uma criação tão viva

que sucumbem suas flores, e plena é de tristeza.

 

Poema II / XXI

 

En su llama mortal la luz te envuelve.

Absorta, pálida doliente, así situada

contra las viejas hélices del crepúsculo

que en torno a ti da vueltas.

 

Muda, mi amiga,

sola en lo solitario de esta hora de muertes

y llena de las vidas del fuego,

pura heredera del día destruido.

 

Del sol cae un racimo en tu vestido oscuro.

De la noche las grandes raíces

crecen de súbito desde tu alma,

y a lo exterior regresan las cosas en ti ocultas,

de modo que un pueblo pálido y azul

de ti recién nacido se alimenta.

 

Oh grandiosa y fecunda y magnética esclava

del círculo que en negro y dorado sucede:

erguida, trata y logra una creación tan viva

que sucumben sus flores, y llena es de tristeza.

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Pablo Neruda (Chile: 1904 – 1973)

 De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”

 

Poema I / XXI

 

Corpo de mulher, brancas colinas, coxas brancas,

assemelhas-te ao mundo em tua atitude de entrega.

Meu corpo de lavrador selvagem te escava

e faz saltar o filho do fundo da terra.

 

Fui solitário como um túnel. De mim fugiam os pássaros

e em mim a noite começava sua invasão poderosa.

Para sobreviver forjei-te como a uma arma,

como a uma flecha em meu arco, como a uma pedra em minha funda.

 

Corpo de mulher minha, persistirei em tua graça.

Minha sede, minha ânsia sem limite, meu caminho incerto!

Escuros leitos onde a sede eterna perdura,

e a fatiga perdura, e a dor infinita.

 

 

Poema I / XXI

 

Cuerpo de mujer, blancas colinas, muslos blancos,

te pareces al mundo en tu actitud de entrega.

Mi cuerpo de labriego salvaje te socava

y hace saltar el hijo del fondo de la tierra.

 

Fui solo como un túnel. De mí huían los pájaros

 y en mí la noche entraba su invasión poderosa.

Para sobrevivirme te forjé como un arma,

como una flecha en mi arco, como una piedra en mi honda.

 

Cuerpo de mujer mía, persistiré en tu gracia.

Mi sed, mi ansia sin límite, mi camino indeciso!

Oscuros cauces donde la sed eterna sigue,

 y la fatiga sigue, y el dolor infinito.

 

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...