De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”
Poema X / XXI
Perdemos também este crepúsculo.
Ninguém nos viu de mãos dadas nesta tarde
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Pela janela contemplei
a festa do poente nos campos distantes.
Às vezes como uma moeda
incendiava-se um pedaço de sol em minhas mãos.
De ti me lembrava com a alma apertada
por essa tristeza que em mim conheces.
Assim, onde estavas?
Entre quais gentes?
Dizendo quais palavras?
Por que me virá tanto amor de súbito
quando me sinto triste, e te sinto distante?
Caiu o livro que sempre se pega no crepúsculo,
e como um cão ferido caiu aos meus pés a minha capa.
Sempre, sempre te distancias nas tardes
para onde o crepúsculo segue apagando estátuas.
Poema X / XXI
Hemos perdido aun este crepúsculo.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.
He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.
A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.
Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.
Entonces, dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?
Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.
Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.
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