De “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”
Poema VII / XXI
Reclinado nas tardes lanço minhas tristes redes
aos teus olhos oceânicos.
Ali se alonga e arde na mais alta fogueira
minha solidão que braceja como um náufrago.
Traço rubros sinais sobre teus olhos ausentes
que ondulam como o mar à beira de um farol.
Apenas guardas trevas, fêmea distante e minha,
de teu rosto emerge às vezes a orla do espanto.
Reclinado nas tardes lanço minhas tristes redes
a esse mar que agita teus olhos oceânicos.
Galopa a noite em sua égua sombria
semeando espigas azuis sobre o campo.
Poema VII / XXI
Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes
a tus ojos oceánicos.
Allí se estira y arde en la más alta hoguera
mi soledad que da vueltas los brazos como un náufrago.
Hago rojas señales sobre tus ojos ausentes
que olean como el mar a la orilla de un faro.
Sólo guardas tinieblas, hembra distante y mía,
de tu mirada emerge a veces la costa del espanto.
Inclinado en las tardes echo mis tristes redes
a ese mar que sacude tus ojos oceánicos.
Los pájaros nocturnos picotean las primeras estrellas
que centellean como mi alma cuando te amo.
Galopa la noche en su yegua sombría
desparramando espigas azules sobre el campo.
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