Averno – 17/18
Tordo
Sargento
A neve começou a cair, sobre a superfície de
toda a terra.
Isso não pode ser verdade. E no entanto
parecia verdade,
caindo mais e mais pesada em tudo o que pude
ver.
Os pinheiros se tornaram quebradiços com o
gelo.
Aqui é o lugar sobre o qual lhe falei,
onde de hábito à noite eu vinha, ver as
graúnas de asas vermelhas,
às quais aqui chamamos tordo sargento –
cintilar vermelho da vida que se esvai –
Mas no meu caso – penso que a culpa que trago
comigo queira dizer
que não vivi muito bem.
Alguém como eu não escapa. Penso que você
dorme por breve instante,
antes de afundar no terror da próxima vida
a não ser
que a alma seja de alguma outra forma
mais ou menos consciente do que antes foi,
mais ou menos cúpida.
Após muitas vidas, talvez alguma coisa mude.
Penso que no fim o que você desejar
você será capaz de ver –
Você não mais necessita
morrer e retornar por outra vez.
Thrush
Snow
began falling, over the surface of the whole earth.
That can’t be true. And yet it felt true,
falling more and more thickly over everything I could see.
The pines turned brittle with ice.
This is
the place I told you about,
where I used to come at night to see the red-winged blackbirds,
what we call thrush here–
red flicker of the life that disappears –
But for
me – I think the guilt I feel must mean
I haven’t lived very well.
Someone
like me doesn’t escape. I think you sleep awhile,
then you descend into the terror of the next life
except
the
soul is in some different form,
more or less conscious than it was before,
more or less covetous.
After
many lives, maybe something changes.
I think in the end what you want
you’ll be able to see –
Then
you don’t need anymore
to die and come back again.
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