Colóquio Sentimental
No solitário e velho parque congelado,
Seguidamente duas formas têm passado.
Seguidamente duas formas têm passado.
Seus olhos estão mortos, seus lábios, pendidos,
E seus diálogos mal são compreendidos.
E seus diálogos mal são compreendidos.
No solitário e velho parque congelado,
Dois espectros têm evocado seu passado.
– Tu recordas dos nossos êxtases de outrora?
– Por que quereis que sejam lembrados agora?
– Por que quereis que sejam lembrados agora?
– De meu nome o som faz vibrar teu coração?
Em teus sonhos vês sempre a minha alma? – Não.
Em teus sonhos vês sempre a minha alma? – Não.
– Ah! os belos dias de alegria indizível
Quando uníamos nossas bocas! – É possível.
Quando uníamos nossas bocas! – É possível.
– Como era azul o céu, e a esperança, elevada!
– A esperança foi-se na noite, derrotada.
– A esperança foi-se na noite, derrotada.
De tal modo seguiam por entre a folhagem,
E só a noite fria entendeu sua parolagem.
E só a noite fria entendeu sua parolagem.
Colloque Sentimental
Dans le vieux parc solitaire et glacé
Deux formes ont tout à l’heure passe
Deux formes ont tout à l’heure passe
.
Leurs yeux sont morts et leurs lèvres sont molles,
Et l’on entend à peine leurs paroles.
Et l’on entend à peine leurs paroles.
– Te souvient-il de notre extase ancienne ?
– Pourquoi voulez-vous donc qu’il m’en souvienne ?
– Pourquoi voulez-vous donc qu’il m’en souvienne ?
– Ton coeur bat-il toujours à mon seul nom ?
Toujours vois tu mon âme en rêve? – Non.
Toujours vois tu mon âme en rêve? – Non.
Ah ! les beaux jours de bonheur indicible
Où nous joignions nos bouches ! – C’est possible.
Où nous joignions nos bouches ! – C’est possible.
– Qu’il était bleu, le ciel, et grand l’espoir !
– L’espoir a fui, vaincu, vers le ciel noir.
– L’espoir a fui, vaincu, vers le ciel noir.
Tels ils marchaient dans les avoines folles,
Et la nuit seule entendit leurs paroles.
Et la nuit seule entendit leurs paroles.
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