Xadrez II
Tênue rei, oblíquo bispo, encarniçada
Rainha, torre direta e peão matreiro
Sobre o negro e o branco do tabuleiro
Buscam e travam a batalha armada.
Não desconfiam que a mão assinalada
Do jogador governa seu destino,
Não sabem que um rigor adamantino
Junge seu arbítrio e sua jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(Sentencia Omar) de outro tabuleiro
De negras noites e de brancos dias.
Deus move o jogador, e este, uma peça.
Que deus atrás de Deus a trama começa,
De poeira e tempo e sonho e agonias?
Ajedrez II
Tenue rey, sesgo alfil, encarnizada
Reina, torre directa y peón ladino
Sobre lo negro y blanco del camino
Buscan y libran su batalla armada.
No saben que la mano señalada
Del jugador gobierna su destino,
No saben que un rigor adamantino
Sujeta su albedrío y su jornada.
También el jugador es prisionero
(La sentencia es de Omar) de otro tablero
De negras noches y de blancos días.
Dios mueve al jugador, y éste, la pieza.
¿Qué dios detrás de Dios la trama empieza
De polvo y tiempo y sueño y agonías?
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