segunda-feira, 25 de maio de 2020

Eugenio Montejo (Venezuela: 1938 – 2008)




A Poesia


A poesia cruza a terra solitária,
Apoia sua voz no sofrimento do mundo 
e nada pede
nem sequer palavras.

Vem de longe e sem hora, nunca avisa;
tem a chave da porta.
Ao entrar sempre se detém a olhar-nos.
Depois abre sua mão e nos entrega
uma flor ou um seixo, algo secreto,
mas tão intenso que o coração palpita
demasiadamente veloz. E despertamos.


La Poesía 


La poesía cruza la tierra sola, 
apoya su voz en el dolor del mundo
y nada pide
ni siquiera palabras.

Llega de lejos y sin hora, nunca avisa;
tiene la llave de la puerta.
Al entrar siempre se detiene a mirarnos.
Después abre su mano y nos entrega
una flor o un guijarro, algo secreto, 
pero tan intenso que el corazón palpita
demasiado veloz. Y despertamos.



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