Averno - 6/18
Ecos
1.
Certa vez eu pude imaginar a minha alma
pude imaginar a minha morte.
Quando imaginei a minha morte
a minha alma morreu. Lembro-me
disso claramente
Meu corpo persistiu.
Não viçoso, mas persistiu.
Por quê, não sei.
2.
Quando ainda era muito jovem
meus pais se mudaram para um pequeno vale
rodeado de montanhas
no que era chamado de distrito do lago.
De nosso jardim dos fundos
você podia avistar as montanhas,
cobertas de neve, mesmo no verão.
Lembro de um tipo de paz
que nunca voltei a encontrar.
De algum modo, mais tarde resolvi
tornar-me artista,
dar voz a tais impressões.
3.
Sobre o resto eu já lhe falei.
Uns poucos anos de fluência, e depois
o longo silêncio, como o silêncio do vale
antes que as montanhas ecoem
sua própria voz transfigurada em voz da
natureza.
Este silêncio é
agora meu companheiro.
Pergunto: de
que a minha alma morreu?
E o silêncio
responde
se sua alma morreu, de quem é a vida
que você está vivendo e
quando foi que você se tornou essa pessoa?
Echoes
1.
Once I
could imagine my soul
I
could imagine my death.
When I
imagined my death
my
soul died. This
I remember
clearly.
My
body persisted.
Not
thrived, but persisted.
Why I
do not know.
2.
When I
was still very young
my
parents moved to a small valley
surrounded
by mountains
in
what was called the lake country.
From
our kitchen garden
you
could see the mountains,
snow
covered, even in summer.
I
remember peace of a kind
I
never knew again.
Somewhat
later, I took it upon myself
to
become an artist,
to
give voice to these impressions.
3.
The
rest I have told you already.
A few
years of fluency, and then
the
long silence, like the silence in the valley
before
the mountains send back
your
own voice changed to the voice of nature.
This
silence is my companion now.
I ask:
of what did my soul die?
and
the silence answers
if
your soul died, whose life
are
you living and
when
did you become that person?
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