Averno
– 8/18
Estrela vespertina
Nesta noite, pela primeira vez
após muitos anos,
veio a mim de novo
uma visão do esplendor da terra:
no céu do anoitecer
a primeira estrela pareceu
crescer em brilho
enquanto a terra escurecia
até não poder mais tornar-se
escura.
E a luz, que era a luz da morte,
pareceu restituir à terra
seu poder de consolação. Não havia
outras estrelas. Apenas aquela
cujo nome eu conhecia
pois em minha outra vida eu a
feri: Vênus,
estrela do anoitecer,
a você dedico
minha visão, pois sobre esta
superfície vazia
você lançou luz suficiente
para tornar meu pensamento
outra vez visível.
The
Evening Star
Tonight,
for the first time in many years,
there
appeared to me again
a
vision of the earth’s splendor:
in the
evening sky
the
first star seemed
to
increase in brilliance
as the
earth darkened
until
at last it could grow no darker.
And
the light, which was the light of death,
seemed
to restore to earth
its
power to console. There were
no
other stars. Only the one
whose
name I knew
as in
my other life I did her
injury:
Venus,
star
of the early evening,
to you
I dedicate
my
vision, since on this blank surface
you
have cast enough light
to
make my thought
visible
again.
Nenhum comentário:
Postar um comentário