Do livro Elogio da sombra – 08 / 31
Labirinto
(Esta tradução foi realizada em parceria com
Isaias Edson Sidney)
Não haverá nunca uma porta. Estás dentro
E o alcácer guarda em si todo o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem muro externo nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimoso bifurca-se num outro,
Que se bifurca noutro tenazmente,
Terá fim. É de ferro teu destino
Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é homem, cuja estranha
Forma múltipla assusta o emaranhado
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
a fera no sombrio entardecer.
Laberinto
No habrá nunca una puerta. Estás adentro
Y el alcázar abarca el universo
Y no tiene ni anverso ni reverso
Ni externo muro ni secreto centro.
No esperes que el rigor de tu camino
Que tercamente se bifurca en otro,
Que tercamente se bifurca en otro,
Tendrá fin. Es de hierro tu destino
Como tu juez. No aguardes la embestida
Del toro que es un hombre y cuya extraña
Forma plural da horror a la maraña
De interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera
En el negro crepúsculo la fiera.
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