segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Jorge Luis Borges (Argentina: 1899 – 1986)

 

Do livro Elogio da sombra – 08 / 31

 

Labirinto

 

(Esta tradução foi realizada em parceria com Isaias Edson Sidney)

 

Não haverá nunca uma porta. Estás dentro

E o alcácer guarda em si todo o universo

E não tem nem anverso nem reverso

Nem muro externo nem secreto centro.

 

Não esperes que o rigor de teu caminho

Que teimoso bifurca-se num outro,

Que se bifurca noutro tenazmente,

Terá fim. É de ferro teu destino

 

Como teu juiz. Não aguardes a investida

Do touro que é homem, cuja estranha

Forma múltipla assusta o emaranhado

 

De interminável pedra entretecida.

Não existe. Nada esperes. Nem sequer

a fera no sombrio entardecer.

 

Laberinto


No habrá nunca una puerta. Estás adentro
Y el alcázar abarca el universo
Y no tiene ni anverso ni reverso
Ni externo muro ni secreto centro.
No esperes que el rigor de tu camino
Que tercamente se bifurca en otro,
Que tercamente se bifurca en otro,
Tendrá fin. Es de hierro tu destino
Como tu juez. No aguardes la embestida
Del toro que es un hombre y cuya extraña
Forma plural da horror a la maraña
De interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera

En el negro crepúsculo la fiera.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...