segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

T. S. Eliot (EUA: 1888 – 1965)





Burnt Norton (primeiros versos)


O tempo passado e o tempo presente
Estão ambos talvez presentes no tempo futuro,
E o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo tempo é eternamente presente
Todo tempo é irredimível.
O que poderia ter sido é uma abstração
Que persiste como perpétua possibilidade
Apenas em um mundo de especulação.
O que poderia ter sido e o que foi
Apontam para um só fim, que é sempre o presente.
Ecoam passos na memória
Ao longo do caminho que não percorremos
Rumo à porta que jamais abrimos
Para o roseiral. Minhas palavras ecoam
Do mesmo modo, em sua mente.
Mas com que propósito
Perturbam elas a poeira sobre um vaso de folhas de rosa
Eu não sei.
Outros ecos
habitam o jardim. Seguiremos?


 Burnt Norton


Time present and time past
Are both perhaps present in time future,
And time future contained in time past.
If all time is eternally present
All time is unredeemable.
What might have been is an abstraction
Remaining a perpetual possibility
Only in a world of speculation.
What might have been and what has been
Point to one end, which is always present.
Footfalls echo in the memory
Down the passage which we did not take
Towards the door we never opened
Into the rose-garden. My words echo
Thus, in your mind.
But to what purpose
Disturbing the dust on a bowl of rose-leaves
I do not know.
Other echoes
Inhabit the garden. Shall we follow?




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