quarta-feira, 11 de março de 2020

Eduardo Carranza (Colômbia: 1913 – 1985)





Pensar em ti



Pensar em ti é azul, ir vagando

por um bosque dourado ao meio-dia:

nascem jardins nas falas dos meus dias,

com minhas nuvens por teus sonhos ando.

 

Separa-nos e nos une um ar brando,

uma distância de melancolia;

alço os braços de minha poesia,

azul de ti, dorido e esperando.

 

És como um horizonte de flautins

ou um débil sofrimento de jasmins

pensar em ti, de azul temperamento.

 

O mundo me parece cristalino

E te miro, entre lâmpada de trino,

azul domingo de meu pensamento.



Pensar em ti


Pensar en ti es azul, como ir vagando
por un bosque dorado al mediodía:
nacen jardines en el habla mía
y con mis nubes por tus sueños ando.

Nos une y nos separa un aire blando,
una distancia de melancolía;
yo alzo los brazos de mi poesía,
azul de ti, dolido y esperando.

Es como un horizonte de violines
o un tibio sufrimiento de jazmines
pensar en ti, de azul temperamento.

El mundo se me vuelve cristalino,
y te miro, entre lámpara de trino,
azul domingo de mi pensamiento.

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