sexta-feira, 13 de março de 2020

José Antonio Escalona-Escalona (Venezuela: 1917 – )




À conquista da solidão


Agora sei teu nome verdadeiro,
ilha de solidão reconquistada:
terra do coração em seu desterro,
residência do pranto perdurável.

Aqui contigo, onde nada cresce,
o tempo é só um remanso sem fronteiras,
e o espaço um só hermético recinto
sob este céu sem luz nem movimento!

O rumorejo da vida e da morte
e as mais remotas músicas do mundo
teus limites escuros não transpõem.

E o silêncio dilata sua presença
só porque em sua entranha, prisioneiro,
ouço meu próprio coração clamante!


A la conquista de la soledad


Ahora sé tu nombre verdadero,
isla de soledad reconquistada:
tierra del corazón en el desierto,
residencia del llanto perdurable.

¡Aquí contigo, donde nada crece,
el tiempo es un remanso sin fronteras,
y el espacio un hermético recinto
bajo un cielo sin luz ni movimiento!

El rumor de la vida y de la muerte
y las remotas músicas del mundo
tus límites oscuros no traspasan.
¡Y el silencio delata su presencia

sólo porque en su entraña, prisionero,
oigo mi propio corazón clamante!

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