terça-feira, 10 de março de 2020

José Antonio Escalona-Escalona (Venezuela: 1917 – ?)



Imóvel


Imóvel como sempre
recebes-me.
E em teu absorto silêncio permaneço.
Tal atitude hierática do corpo
é aparente imagem. Mais lá no fundo
do coração
– tímpano da alegria
e de outros ritmos do sentir –
segue
sem pausa
o último concerto.
Só aparência – digo – de repouso.
Porque o voo
de minha imaginação
em ilusórios giros me leva
sucessivamente
do imediato agora
ao passado
e traz-me de volta ao que é sonho ainda.


Inmóvil


Inmóvil como siempre
me recibes.
Y en tu absorto silencio permanezco.
Tal actitud hierática del cuerpo
es aparente imagen. Muy adentro
del corazón
– timbal de la alegría
y de otros ritmos del sentir –
sigue
sin pausa
el íntimo concierto.
Sólo apariencia – digo – de reposo.
Porque el vuelo
de mi imaginación
en ilusorios giros me lleva
sucesivamente
del inmediato ahora
a lo pasado
y vuelta a lo que es sueño todavía.


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