Câmara
Perpetuá-lo
no instante do abraço
a letargia das portas se fechando
cheirar
como caem minhas mãos como folhas
graças às estações que o perseguem.
Não há felicidade mais absoluta
maior sinal do trágico
temor do futuro
chagas que não queiram curar
a memória se aniquila neste passado
que sofremos para não variar o ritmo.
Perturba
sua boca mordendo a minha
seus dentes cortando-se pela raiz
para darem-se
a mim, à minha saliva.
A meu temor aos táxis vazios.
A meu ódio a cidade mais triste do mundo
onde nasceu
onde nascemos
para ver-nos e lançar-nos ao outro.
Como me vez, vejo-te eu.
Cámara
Perpetuarlo
en el instante del abrazo
el letargo de las puertas cerrándose.
Oler
como caen mis manos cual hojas
gracias a las estaciones que lo persiguen.
No hay felicidad más absoluta
mayor signo de lo trágico
temor al futuro
llagas que no querrán sanar
la memoria se aniquila en este pasado
que sufrimos para no variar el ritmo.
Altera
su boca mordiendo la mía
sus dientes cortándose de raíz
para darse
a mí, a mi saliva.
A mi temor a los taxis vacíos.
A mi odio a la ciudad más triste del mundo
donde nació
donde nacimos
para vernos y lanzarnos al otro.
Como me ves, yo te veo.
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