sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Alejandra Pizarnik (Argentina: 1936 – 1972)

 


A enamorada

 

Ante a lúgubre mania de viver

esta recôndita piada de viver

arrasta-te Alejandra não o negues.

 

hoje te olhaste no espelho

e ficaste triste estavas só

e a luz rugia o ar cantava

mas teu amado não voltou

enviarás mensagens sorrirás

agitarás tuas mãos assim voltará

teu amado tão amado

 

ouves a demente sirene que o roubou

o barco com barbas de espuma

onde morreram as risadas

recordas o último abraço

oh nada de angústias

ri no lenço chora às gargalhadas

mas fecha as portas de teu rosto

para que não digam logo

que aquela mulher enamorada eras tu

 

consomem-te os dias

culpam-te as noites

dói-te a vida tanto tanto

desesperada aonde vais?

desesperada nada mais!

 

 La enamorada

 

Ante la lúgubre manía de vivir

esta recóndita humorada de vivir

te arrastra Alejandra no lo niegues.

 

hoy te miraste en el espejo

y te fuiste triste estabas sola

y la luz rugía el aire cantaba

pero tu amado no volvió

enviarás mensajes sonreirás

tremolarás tus manos así volverá

tu amado tan amado

 

oyes la demente sirena que lo robó

el barco con barbas de espuma

donde murieron las risas

recuerdas el último abrazo

oh nada de angustias

ríe en el pañuelo llora a carcajadas

pero cierra las puertas de tu rostro

para que no digan luego

que aquella mujer enamorada fuiste tú

 

te remuerden los días

te culpan las noches

te duele la vida tanto tanto

desesperada ¿adónde vas?

desesperada ¡nada más!



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