quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Mercedes Durand (El Salvador: 1933 – 1999)

 

Soneto

 

Este ignorar a face do futuro,

este ser o ser que se pretendia

este ir-se constante sem uma via

é como estar sem um estar seguro.

 

Este viver se atirando no muro

do sobressalto, da noite e da espera,

é um negar a vida verdadeira

é um temor secreto, néscio, impuro.

 

Este sentir angústia desmedida

ante o passo inicial da alvorada

que consigo traz a alma pressentida.

 

É um querer fugir-se de si mesmo,

é um cobrir a luz de uma portada,

é um permanecer constante no abismo...

  

Soneto

 

Este ignorar el rostro del futuro,

este no ser el ser que se quisiera

este ambular sin ruta duradera

es un estar sin un estar seguro.

 

Este vivir golpeándose en el muro

del miedo, de la noche y de la espera,

es un negar la vida verdadera

es un temor secreto, necio, impuro.

 

Este sentir angustia desmedida

ante el paso inicial de la mañana

portadora del alma presentida.

 

Es un querer fugarse de sí mismo,

es un cubrir la luz de una ventana,

es un permanecer en el abismo...



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...