domingo, 27 de setembro de 2020

Jorge Debravo (Costa Rica 1938 – 1967)

 


 

Desvestido

 

A noite, desejosa, apenumbrada,

tirou-te as sapatilhas, meio ausente...

e – por sentir-se branca e iluminada –

Desnudou os teus joelhos brancamente.

 

Logo – por diversão, sem dizer nada –

a noite carregou tua blusa larga

e arrancou-te a saia ensimesmada

como uma coisa tímida e amarga.

 

Logo após tu fizeste travessura:

desnudaste teus seios por ternura

e – falando de um amor vago, inconexo –

 

Porque sim e porque não, sem censura,

desnudaste também, já noite escura,

a noite pequenina do teu sexo.

 

Desvestido

 

La noche, deseosa, apenumbrada,

te quitó sin pensar las zapatillas...

y –por sentirse blanca y alumbrada

desnudó blancamente tus rodillas.

 

Luego – por diversión, sin decir nada –

la noche se llevó tu blusa larga

y te arrancó la falda ensimismada

como una cosa tímida y amarga.

 

Después te colocaste travesura:

desnudaste tus pechos por ternura

y –hablando de un amor vago, inconexo

 

Porque si y porque no, a medio reproche,

desnudaste también, entre la noche,

la noche pequeñita de tu sexo.

 

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