domingo, 6 de setembro de 2020

Stella Sierra (Panamá: 1917 – 1997)

 


 Alegria, alegria

 

Sente meu coração uma alegria

rara, à flor da pele – vaso de essência –;

ainda que eu desnudasse sua presença

seu corpo nu, integral, me cegaria.

 

És esta milagrosa sinfonia

do meu riso e da dança, adolescência

em meu sereno curso de inocência,

pião de luz e pétala de um dia.

 

Avidez de sonhar, tenra canção,

rosa de céu de ilusão, carrilhão

que em minha cela íntima amor invoca!

 

Em meu coração ele goza tanto

que se eu intento convertê-lo em pranto

o riso assaltará a minha boca.

 


Alegría, alegría

 


Siente mi corazón una alegría

extraña, a flor de piel — vaso de esencia —;

aunque yo desnudase su presencia

su desnudo integral me cegaría.

 

Es esta milagrosa sinfonía

de mi risa y mi danza, adolescencia

en mi sereno rumbo de inocencia,

trompo de luz y pétalo de un día.

 

¡Inquietud de soñar, canción temprana,

rosa de cielo y de ilusión, campana

que en mi celda interior amor invoca!

 

Es en mi corazón el goce tanto

que si yo intento convertirlo en llanto

la risa saltará sobre mi boca.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Jorge Seferis (Grécia: 1900 – 1971)

  Argonautas   E se a alma deve conhecer-se a si mesma ela deve voltar os olhos para outra alma: * o estrangeiro e inimigo, vim...