domingo, 12 de abril de 2020

Gustavo Adolfo Bécquer (Espanha: 1836 - 1870)



Rima XV


Cendal que flutua em leve bruma,
fita anelada de branca espuma,
rumor sonoro
de arpa de ouro,
beijo da aragem, onda de luz,
assim és tu.

Tu, sombra aérea, que tantas vezes
intento tocar e desvaneces
como uma chama, como um sonido,
como uma bruma, como um gemido
do lago azul!

Em mar sem praias onda sonante,
e no vazio cometa errante,
longo lamento
do rouco vento,
ânsia eterna de algo melhor,
assim sou eu!

Eu, que aos teus olhos, em agonia,
meus olhos volvo se noite ou dia;
eu, que incansável corro e demente
atrás de uma sombra, a filha ardente
de uma visão!


Rima XV


Cendal flotante de leve bruma,
rizada cinta de blanca espuma,
rumor sonoro
de arpa de oro,
beso del aura, onda de luz:
eso eres tú.

Tú, sombra aérea, que cuantas veces
voy a tocarte te desvaneces
¡como la llama, como el sonido,
como la niebla, como el gemido
del lago azul!

En mar sin playas onda sonante,
en el vacío cometa errante,
largo lamento
del ronco viento,
ansia perpetua de algo mejor,
¡eso soy yo!

Yo, que a tus ojos, en mi agonía,
los ojos vuelvo de noche y día;
yo, que incansable corro y demente
¡tras una sombra, tras la hija ardiente
de una visión!



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