segunda-feira, 13 de abril de 2020

Emily Dickinson (Estados Unidos: 1830 – 1886)




Poema J370 / F413


Um precioso mofado prazer é
encontrar um livro antigo
com a mesma roupagem de seu século.
Um privilégio, penso eu.

Apertar sua mão venerável
E a nossa com ela aquecer. 
Um passo ou dois atrás para voltar
aos tempos em que ele era jovem.

E examinar suas antiquadas opiniões,
assegurar-se de seu modo de pensar
temas comuns a nossas mentes,
os Escritos do Homem.

O que mais interessava aos eruditos,
quais competições havia
quando Platão era uma certeza
e Sófocles, um Homem;

quando Safo era uma Jovem viva
e Beatriz se cobria
com a veste que Dante deificou –
fatos de Séculos passados.

Ele atravessa, com familiaridade,
como alguém que, chegando à cidade,
dissesse que todos os seus sonhos eram verdadeiros.
Ele viveu onde os sonhos foram gestados.

Sua presença é encantamento.
Você pede-lhe que não vá.
Velhos volumes balançam suas cabeças de pergaminho
e nos sideram – nada mais.


In a Library (Poema J370 / F413)


A precious – mouldering pleasure – 'tis –
To meet an Antique Book –
In just the Dress his Century wore –
A privilege – I think –

His venerable Hand to take –
And warming in our own –
A passage back – or two – to make –
To Times when he – was young –

His quaint opinions – to inspect –
His thought to ascertain
On Themes concern our mutual mind –
The Literature of Man –

What interested Scholars – most –
What Competitions ran –
When Plato – was a Certainty –
And Sophocles – a Man –

When Sappho – was a living Girl –
And Beatrice wore
The Gown that Dante – deified –
Facts Centuries before

He traverses – familiar –
As One should come to Town –
And tell you all your Dreams – were true –
He lived – where Dreams were born –

His presence is Enchantment –
You beg him not to go –
Old Volumes shake their Vellum Heads
And tantalize – just so –

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