(Tradução
de Wagner Mourão Brasil e Isaias Edson Sidney)
Se
jamais houve alguém mais astuto que Odisseus,
Não
teria previsto esse alguém que um tal rosto
Pudesse
me causar tanta dor e desgosto,
Por ser
o mais formoso e mais belo que um deus.
Tais
belos olhos, no entanto, Amor, souberam cavar
Nesse
meu coração inocente tal ferida
– Nesse
coração quente a te dar sempre guarida –
Que tu,
somente tu, tens poder de curar.
Cruel
destino! Fez-me picar o escorpião,
E só
posso esperar alívio para esse mal
Picando-me
de novo esse mesmo animal!
Eu to
suplico, Amor, paz ao meu coração!
Não
tentes, no entanto, extinguir-me o querer,
Sem
ele, eu estarei fatalmente a morrer.
Sonet 1
Si
jamais il y eut plus clairvoyant qu'Ulysse,
Il
n'aurait jamais pu prévoir que ce visage,
Orné de
tant de grâce et si digne d'hommage,
Devienne
l'instrument de mon affreux supplice.
Cependant
ces beaux yeux, Amour, ont su ouvrir
Dans
mon coeur innocent une telle blessure
– Dans
ce coeur où tu prends chaleur et nourriture –
Que tu
es bien le seul à pouvoir m'en guérir.
Cruel
destin ! Je suis victime d'un Scorpion,
Et je
ne puis attendre un remède au poison
Que du
même animal qui m'a empoisonnée!
Je t'en
supplie, Amour, cesse de me tourmenter!
Mais
n'éteins pas en moi mon plus précieux désir,
Sinon
il me faudra fatalement mourir.
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